A bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) considerou hoje que a retoma das consultas e cirurgias programadas que foram suspensas devido à covid-19 “impõe que sejam acauteladas e reforçadas as medidas de proteção, de doentes e profissionais”.
“Todos os procedimentos adotados nos últimos tempos relativamente aos equipamentos de proteção individual e diferentes circuitos de circulação nas unidades de Saúde têm que ser mantidos”, disse à agência Lusa Ana Rita Cavaco.
A bastonária disse que mais cedo ou mais tarde irá haver uma abertura progressiva de atividades que se encontram suspensas e que a Ordem dos Enfermeiros se encontra “neste momento a preparar um documento com orientações para a retoma assistencial não covid-19″.
Independentemente da decisão que venha a ser tomada esta semana sobre o levantamento do estado de emergência, a bastonária da OE salientou que “é importante que todos tenham presente que a pandemia não passou e que o eventual fim do estado de emergência não significa o fim da pandemia”.
Da mesma maneira – adiantou – o fim do confinamento não significa que não se continue a adotar medidas de resguardo, ainda que as mesmas não sejam impostas.
Ainda acerca do retomar de atividades hospitalares que estavam suspensas, Ana Rita Cavaco sublinhou que a OE tem alertado que “há outras doenças que continuam a matar” e, por isso, a população não pode deixar de recorrer ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente, e a título de exemplo, no caso da vacinação, que é “uma questão que muito preocupa” a OE.
Assim, a OE está a preparar um documento com orientações para a retoma assistencial não Covid-19, designadamente as consultas e as cirurgias programadas que foram suspensas, com contributos de enfermeiros dos órgãos da OE e de profissionais que se encontram no terreno.
Avançou contudo com a ideia de que todos os procedimentos adotados nos últimos tempos relativamente aos equipamentos de proteção individual e diferentes circuitos de circulação nas unidades de saúde “têm que ser mantidos”, advertindo: “Não é hora de aliviar na proteção”.
Segundo a bastonária, a retoma assistencial não covid-19 vai, naturalmente, levar mais utentes às unidades de saúde, pelo que é necessário que sejam “previstas e acauteladas as necessidades de material de proteção, para que não se volte a ter profissionais em risco ou dependentes da boa vontade da sociedade civil”.
// Lusa