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Torre Eiffel, Paris (França)
Os 45 mil empresários portugueses com atividade em França “representam entre 3% e 4% do PIB francês em termos de volume de negócios”, revelou hoje o em Paris presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa (CCIFP).
Carlos Vinhas Pereira, que falava durante um encontro com uma delegação de deputados portugueses, frisou o peso do tecido empresarial português em França, lamentando a impossibilidade de a CCIFP se candidatar a apoios do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para projetos de promoção de empresas portuguesas em França e apelando aos deputados para que debatam a possibilidade de considerar a CCIFP como “Instituição Estrangeira de Utilidade Pública”.
O presidente da CCIFP adiantou que faltam meios para lançar, por exemplo, um “salão português do agro-alimentar” e uma “Feira de Portugal” à imagem do Salão do Imobiliário e do Turismo Português, organizado pela câmara de comércio e que, em 2015, vai ter uma edição em Lyon além da habitual em Paris.
“Este ano, no Salão do Imobiliário e Turismo tivemos mais de 15 mil visitantes e, em três anos, o evento representou um volume de negócios de 500 milhões de euros. Tivemos uma grande cobertura mediática francesa, com 400 páginas de artigos de jornais, através dos quais atingimos 35 milhões de pessoas. Pensamos ter tido alguma influência sobre o facto de os franceses irem mais a Portugal”, disse Carlos Vinhas Pereira aos parlamentares.
Os deputados portugueses que visitaram a CCIFP fazem parte do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-França, presidido pelo social-democrata Carlos Gonçalves, e estão esta semana em deslocação a Paris e a Clermont-Ferrand a convite do grupo homólogo da Assembleia Nacional francesa, liderado pela lusodescendente Christine Pires-Beaune.
“Tentei organizar uma viagem de uma semana para que os deputados encontrassem os seus interlocutores nas áreas da economia, turismo e cultura”, disse à Lusa Christine Pires-Beaune, acrescentando que “o objetivo é conseguir, depois, ações concretas como, por exemplo, a organização de um salão do agro-alimentar dentro de alguns anos”.
Carlos Gonçalves, o presidente do Grupo de Amizade Portugal-França e deputado eleito pelo círculo da Europa, disse à Lusa que os dois temas principais da deslocação são a economia e a língua, salvaguardando que “a consequência da visita não é que tenha de haver medidas concretas”.
“É evidente que haverá por parte dos deputados que aqui vieram uma visão diferente do relacionamento bilateral, particularmente porque se trata de um país que acolhe uma comunidade portuguesa muito elevada. A questão económica é da maior importância, sabendo que há uma rede empresarial muito significativa neste país e que também é do interesse de França. Estamos ainda preocupados em relação ao ensino da língua portuguesa em França e da língua francesa em Portugal”, adiantou.
A delegação de deputados portugueses integra ainda Inês de Medeiros (PS), Telmo Correia (CDS-PP), Sérgio Sousa Pinto (PS), Maria Manuela Tender (PSD), Amadeu Albergaria (PSD), Teresa Costa Santos (PSD) e João Ramos (PCP).
Na agenda da delegação parlamentar, estão previstos encontros com o presidente da Assembleia Nacional Francesa, Claude Bartolone, com a presidente da Comissão dos Assuntos Europeus, Danielle Auroi, com a vice-presidente da Delegação dos Direitos das Mulheres, Maud Olivier, e visitas ao Senado e à secção internacional portuguesa do Liceu Montaigne, em Paris.
Na quinta-feira, em Clermont-Ferrand, o grupo será recebido na Câmara Municipal, na Casa de Portugal, na delegação local da CCIFP e na Universidade Blaise Pascal.
/Lusa
