Empresário chinês suspeito de lavar milhões de euros detido em Lisboa

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PJ / Facebook

A Polícia Judiciária deteve, em Lisboa, um empresário chinês que terá, segundo a investigação, recorrido a esquemas de lavagem de dinheiro para enviar mais de dois milhões de euros para a China.

Um cidadão chinês de 30 anos é suspeito de ter recorrido a “mulas de dinheiro” e a sociedades fictícias criadas com identidades falsas para fazer chegar milhões de euros à China, sem passar pelo Fisco, revela o Jornal de Notícias.

O homem, casado com a proprietária de uma loja de produtos diversos, está indiciado por crimes de falsificação ou contrafação de documentos – punível com multa de até 600 dias ou de até cinco anos de cadeia.

Agora detido pela Polícia Judiciária (PJ), ficou, por decisão do tribunal, a aguardar o desenrolar do processo em prisão preventiva.

Ainda segundo as informações recolhidas pelo Jornal de Notícias, os rendimentos seriam obtidos na área do comércio e da restauração, em estabelecimentos geridos por cidadãos chineses, com o objetivo de o enviar para o país natal.

Inicialmente, terá recorrido a “mulas de dinheiro” (pessoas que recebiam os montantes nas suas contas bancárias e os voltavam a transferir depois para outras, ou que os levantavam e entregavam a outras) que partiam do aeroporto de Lisboa. Em 2018, duas mulheres foram apanhadas pelas autoridades a sair da capital para a China com um milhão de euros em notas.

O procedimento ter-se-á mantido ainda durante 2019, ano em que o suspeito decidiu mudar o seu modo de atuação e passado a recorrer a identidades falsas para criar sociedades fictícias, com contas bancárias associadas.

O valor creditado em numerário nas contas terá ultrapassado os 2,7 milhões de euros.

A Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ fez buscas à casa do homem e encontrou “vários passaportes falsos”, vários deles com “a fotografia do detido”, além de mais de 400 mil euros “dissimulados e acondicionados em diferentes partes da casa”, revela aquela polícia num comunicado.

“Parte da documentação apreendida” e os nomes que constam em três dos passaportes falsos “foram utilizados, no decurso de 2019, para a constituição de diversas sociedades e abertura de várias contas bancárias”, lê-se ainda.

A polícia diz que a alteração do modus operandi do homem, do uso de mulas de dinheiro para a constituição de sociedades falsas e a abertura de contas bancárias tituladas por estas, terá também tido a ver com as restrições em relação a viagens por causa da pandemia.

ZAP //

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