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Empresa a operar em Espanha e Portugal investigada por má gestão de resíduos da covid

Brais Lorenzo / EPA

Uma empresa multinacional está a ser investigada pela Guardia Civil espanhola, em estreita colaboração com a Guarda Nacional Republicana (GNR), devido a uma alegada má gestão de resíduos sanitários da covid-19.

A Guarda Civil espanhola, em estreita colaboração com a Guarda Nacional Republicana (GNR), está a investigar uma empresa multinacional por má gestão de resíduos sanitários associados à covid-19 em Portugal e Espanha.

De acordo com o Observador, a operação Ribio levou já à detenção de 20 pessoas e a diligências nas sedes da empresa em várias regiões de Espanha, mas também em Portugal. O comunicado da Guardia Civil não identifica a empresa em causa, referindo apenas que se trata de uma holding norte-americana com sede em Londres.

Segundo a nota, a empresa “reduzia custos com embalagem, manuseio e equipamentos de proteção”, com o consequente aumento do “risco de disseminação do vírus”. A ação, levada a cabo pelo Serviço de Proteção da Natureza (SEPRONA), descobriu ainda que os “resíduos infecciosos eram armazenados na rua e sem estarem numa embalagem adequada, usando um outro tipo mais económico”.

A poupança nas embalagens fazia com que “grande parte”, ao conter substâncias líquidas, “se deteriorasse”, fazendo com que o conteúdo “acabasse espalhado pela via pública”. A empresa também “assumiu um volume e um tipo de resíduos bem acima” da capacidade que detinha, assumindo lidar com três toneladas em poucos meses.

Segundo a Guardia Civil, isto terá levado “a possíveis tratamentos incorretos, que não conseguiram neutralizar a carga viral e o risco de infeção”, possibilitando também a “atuações negligentes que podiam ter gerado situações de contágio“.

Além das más práticas, a maioria dos trabalhadores “só possuía luvas como equipamento de proteção individual”. A multinacional também subcontratou outras empresas “que não estavam habilitadas para este tipo de resíduos”, nas quais os trabalhadores não possuíam nem qualificação nem protocolos de atuação.

“Este modus operandi permitia aumentar os lucros obtidos.” As práticas permitiram maximizar os ganhos obtidos pela empresa em cerca de 300% e as autoridades espanholas estimam um ganho ilegítimo de um milhão de euros.

Os responsáveis da empresa estão indiciados por crimes relacionados com a gestão irregular de resíduos, e delitos contra os direitos dos trabalhadores e a saúde pública. Podem incorrer em penas de prisão de dois a cinco anos.

ZAP //

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