Da praga bíblica à proteína dos dias modernos, uma empresa israelita quer fazer dos gafanhotos uma fonte de proteína mais saudável e sustentável.
Nas Colinas de Golã, território sírio ocupado por Israel, no que outrora já foi um galinheiro, encontra-se agora um recinto com milhares de gafanhotos. Segundo a agência France-Presse, citada pelo site Raw Story, trata-se do negócio da Hargol Foodtech, que pretende fazer destes animais um novo super-alimento.
Em declarações à AFP, Dror Tamir, presidente-executivo da empresa, explica que cresceu a ouvir histórias de como os gafanhotos destruíram, nos anos 50, os campos do seu kibutz (comunidade agrícola israelita). Mesmo assim, os judeus iemenitas da região não viam estes animais como uma praga, mas antes como um alimento rico em nutrientes.
Já adulto, Tamir tornou-se empresário do setor alimentar, sendo uma das suas principais preocupações garantir proteína animal suficiente a toda a população mundial de uma forma sustentável. Surgiu, assim, a Hargol, termo que significa “gafanhoto” em hebraico.
O objetivo da empresa é ser “a primeira no mundo a produzir gafanhotos numa escala comercial e fornecer ao mundo uma fonte de proteína mais saudável e sustentável“.
Tamir explica que os gafanhotos consistem em mais de 70% de proteínas e contêm todos os aminoácidos necessários, juntamente com outros nutrientes. “O que não têm é gordura saturada e colesterol”, ou seja, só “têm as coisas boas”.
De acordo com as suas estimativas, cerca de 2,5 mil milhões de pessoas, sobretudo de países em desenvolvimento, consomem insetos como parte da sua dieta regular. E os mais utilizados são os gafanhotos, acrescenta.
No entanto, ainda é difícil atrair os clientes do Ocidente. Por isso, para tornar o produto mais apelativo, a empresa transforma os animais em pó, que pode ser misturado em vários alimentos.
Em breve, conta Tamir, a Hargol vai lançar a sua coleção de mistura para panquecas e smoothies.