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Emprego recupera para níveis históricos, mas jovens não acompanham tendência

Paulo Novais / Lusa

Números provisórios do INE correspondentes a junho indicam uma retoma do emprego, com 17 mil novos postos de trabalho criados — numa sequência de cinco meses consecutivos de melhoria. Trata-se do mês mais forte desde que o indicador é contabilizado.

Com os primeiros sinais de que a pandemia pode, após um ano e meio, estar a dar tréguas, a economia portuguesa lança-se agora numa cruzada pela recuperação e, de acordo com os mais recentes dados provisórios lançados pelo Instituto Nacional de Estatística, os números relativos ao emprego já a evidenciam. Em junho, Portugal registou mesmo o mês mais forte no que que concerne ao emprego desde que o INE começou a contabilizá-lo, em 1998.

A população empregada terá ficado na marca dos 4,8 milhões de indivíduos, numa sequência de cinco meses consecutivos de melhoria — que se iniciou em fevereiro. O mês mais forte foi Maio, quando foram criados mais 61 mil postos de trabalho, em termos líquidos. Em junho, o mercado de trabalho gerou mais 17 mil empregos, tal como aponta o Diário de Notícias.

Neste mesmo mês, 4 793,6 mil pessoas terão estado empregadas, o que corresponde a 206,8 mil postos a mais face ao mesmo período do ano passado. Numa comparação com fevereiro de 2020, o último mês antes da entrada da pandemia, o ganho situa-se nos 47,8 mil postos de trabalho.

Apesar dos sinais positivos, há um grupo que não beneficia, para já, da recuperação, os jovens. Nas faixas etárias mais baixas, junho foi sinónimo da interrupção de um ciclo de três meses consecutivos de melhorias, com perdas na ordem dos oito mil postos de trabalho, o que se manifesta num total de 249,5 mil empregos ocupados para quem tem entre 16 a 24 anos.

Uma nova comparação com os números pré-pandemia, no que respeita ao emprego jovem, indicam um défice de 45,6 mil postos de trabalho e face ao mês de junho de 2020 um acréscimo de 8,9 mil novos empregados.

Na outra face da moeda, o desemprego incluía em junho 95,8 mil jovens, mais 7,3 mil que nos mês anterior, e mais 28 mil que no mês anterior à chegada da pandemia (fevereiro de 2020). No grupo dos indivíduos com mais de 25 anos, que em junho totalizavam 260,3 mil desempregados, regista-se de um número de desempregados ligeiramente abaixo do que foi registado em fevereiro de 2020. São menos 5,9 mil adultos no desemprego do que antes do início da pandemia.

À exceção dos meses iniciais da pandemia e de 2021, marcados pelos confinamentos, o emprego acima dos 25 anos tem estado sempre numa tendência de crescimento em termos de crescimento líquido.

Desta forma, os ganhos globais de de 47,8 mil empregos relativamente a fevereiro do ano passado correspondem a um saldo positivo de 93,5 mil postos de trabalho ocupados por adultos. Globalmente, a taxa de emprego terá ficado em junho nos 62,4%. Se atentarmos apenas à população adulta, a marca situa-se nos 68% e desce para os 25,1% entre os mais jovens.

Já a taxa de desemprego global, fica agora nos 6,9%. É de 5,4% entre os adultos, e de 27,7% entre a população jovem.

ARM, ZAP //

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