Émile sofreu traumatismo violento. Corpo foi transportado pouco antes de ser encontrado

Haute-Province Info

Émile tinha dois anos.

Avós e tios foram libertados, mas inquérito familiar “ainda não está encerrado”. Autoridades suspeitam de “envolvimento de um terceiro no desaparecimento e morte” do menino que desapareceu em 2023. Eis tudo o que se sabe.

A morte do pequeno Émile permanece um mistério, mas tudo aponta para a hipótese de crime.

Os avós maternos e os tios da criança — filhos destes avós —, detidos na terça-feira por suspeitas do homicídio do menino de 2 anos esta , já foram libertados por falta de acusações suficientes para uma acusação. Os quatro terão respondido a todas as perguntas que lhes foram colocadas — mas o inquérito familiar “ainda não está encerrado”, garante a acusação.

Em conferência de imprensa muito aguardada, o procurador de Aix-en-Provence trouxe esta quinta-feira novos detalhes chocantes ao público sobre o desaparecimento e morte da criança de 2 anos e meio, na aldeia de Haut-Vernet.

O corpo de Émile Soleil foi transportado pouco antes de ser encontrado, 8 meses depois do seu desaparecimento, e o seu crânio sofreu “traumatismos faciais violentos”, cita o Le Monde.

“As conclusões das peritagens efetuadas ao longo de vários meses sugerem agora que as roupas e os ossos encontrados foram transportados e depositados pouco tempo antes de serem descobertos”, explicou Jean-Luc Blachon.

Além disso, os peritos confirmam “que o corpo da criança não se decompôs nas roupas encontradas na floresta“. As peritagens ao corpo permitem também “considerar a hipótese de o corpo não ter permanecido no mesmo local” onde foi descoberto, numa zona arborizada a cerca de 1,7 quilómetros da aldeia, “e no mesmo biótopo durante o processo de decomposição e de não ter sido enterrado”.

O crânio da criança apresentava sinais de “traumatismos faciais violentos”, adiantou o responsável pela acusação.

O procurador disse ainda que é possível que “uma terceira pessoa tenha estado envolvida no seu desaparecimento e morte”.

Cronologia dos factos

Émile desapareceu a 8 de julho de 2023, pouco depois de ter chegado a casa dos avós. Durante vários dias, a região montanhosa foi vasculhada a fundo pelas autoridades, voluntários e equipas de cães, até que, ao fim de 3 dias, levantou-se a hipótese de rapto. A 13 de julho, as buscas terminam, com as autoridades a pôr todas as hipóteses em cima da mesa: rapto, homicídio, acidente, atropelamento e até ataque de lobo.

Em meados de setembro, mergulhadores voltaram a procurar Émile, pouco depois de detetives o procurarem numa casa perto do local onde vivia a sua família.

O presidente da Câmara de Le Vernet, François Balique, disse na altura que o rapaz deve ter sido levado por “um louco, ou alguém maquiavélico”, visto que nenhum vestígio tinha sido encontrado.

Só em março de 2024 é que uma caminhante descobriu restos humanos, a dois quilómetros da casa dos avós na aldeia dos Alpes franceses. Eram as ossadas de Émile— mas se estavam tão perto, porque não foram encontrados antes, era a questão que se mantinha sem resposta.

“Não o podiam ter perdido com os cães. No outono chegou mesmo a haver abate de árvores. Os cortadores de lenha também não viram nada. É incompreensível”, disse o autarca.

O funeral teve lugar a 8 de fevereiro em Saint-Maximin-la-Sainte-Baume, na presença da sua família, inclusive os familiares detidos esta semana.

Pouco se sabe, também, sobre a ligação do caso com o suicídio do padre que batizou Émile, dias antes da detenção dos familiares. Claude Gilliot, o sacerdote católico de 85 anos, tinha-se desentendido com o avô da criança. “Acho que tudo começou com eles”, acusou a irmã do padre.

Tomás Guimarães, ZAP //

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