Embora moderada, a gripe já obriga hospitais a acionar planos de contingência

José Sena Goulão / Lusa

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

A diretora-geral da Saúde afirma que o vírus dominante da gripe em circulação é do tipo B, com menor intensidade face ao tipo A. No entanto, vários hospitais já acionaram os seus planos de contingência.

Portugal está numa situação de epidemia de gripe, mas ainda leve a moderada. A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse esta quinta-feira que o vírus dominante a circular provoca geralmente épocas gripais de menor intensidade.

O vírus dominante atualmente em circulação é o tipo B, o que, nas palavras da diretora-geral, é uma “boa notícia”, já que a intensidade é consideravelmente menor do que no vírus do tipo A.

Em conferência de imprensa, Graça Freitas disse que a região norte está com atividade gripal moderada, ao contrário das restantes regiões de Portugal Continental em que a atividade ainda é leve.

No entanto, alguns dos principais hospitais do país, como Santa Maria e São José, já tiveram de ativar o plano de contingência interno e abrir mais camas para internamentos.

De acordo com o jornal Público, nas regiões norte e Lisboa e Vale do Tejo, já foram abertas 80% das 700 camas extras previstas no plano de contingência para responder ao aumento de situações a precisar de internamento. A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) dá conta que a região norte previa um máximo de 258 camas, das quais 213 já estão a ser usadas.

Segundo o Diário de Notícias, o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), que integra os hospitais Pulido Valente e Santa Maria, acionou este plano para fazer face ao aumento médio de cem doentes por dia, em comparação com igual período do ano passado, abrindo 40 camas para internamento.

Num comunicado emitido esta quinta-feira, o centro afirmou que “nas últimas 24 horas registaram-se cerca de 900 episódios de urgência nos serviços de urgência do CHLN”.

Também se verificou um aumento dos internamentos, que nos últimos dois dias “passou de 10,6% para 12,2% em linha com o crescimento da complexidade dos doentes”, levando à abertura de 40 camas adicionais. O comunicado acrescenta ainda que esta situação “tem exigido bastante dos profissionais”, que “têm correspondido em pleno”.

No Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) – que agrupa os hospitais São José, Curry Cabral, Capuchos, o pediátrico Dona Estefânia e a Maternidade Alfredo da Costa – “na noite de dia 2 para 3 de janeiro foi necessário ativar o plano de contingência Interno”, abrindo 16 camas extra de apoio à urgência.

A afluência às unidades de urgência (geral polivalente, pediátrica e ginecológica/obstétrica) “registou nos últimos dias um pico, que tem vindo a diminuir”, explicou a DN o gabinete de comunicação do centro hospitalar.

Ricardo Mestre, vogal da Administração Central do Sistema de Saúde, disse esta quinta-feira que “alguns hospitais estavam pontualmente a suspender cirurgias programadas para dar resposta às necessidades de internamento”. No entanto, o vogal referiu ainda que as unidades têm conseguido responder à subida de episódios de urgência.

Graça Freitas adiantou que “nunca foram vacinadas tantas pessoas como nesta época gripal, com mais de 1,3 milhões de pessoas vacinadas no Serviço Nacional de Saúde”, sem contabilizar as vacinas dadas nos lares.

Os últimos dias nos hospitais têm sido de “pressão nos serviços”, admite a diretora-geral da Saúde, e adianta que, até agora, foram internados nos cuidados intensivos 15 doentes, oito na última semana, todos idosos com múltiplas doenças.

Também esta quinta-feira, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul defendeu, em comunicado, que a “urgência hospitalar não pode depender do improviso e da sorte” e apontou como principais causas a falta de pessoal, falta de vagas nas unidades de cuidados intensivos e nas enfermarias e o corte dos meios de tratamento de situações de urgência.

A partir desta sexta-feira, as temperaturas vão descer devido à passagem de uma superfície frontal fria. A DGS divulgou conselhos à população como manter o corpo quente, a hidratação e ter cuidados com as condições do piso para evitar quedas.

ZAP //

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