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Cientistas querem embalagens de carne com imagens chocantes como os maços de tabaco

Kranzbühler et al.

Cientistas querem que as embalagens de carne dos supermercados tenham imagens e mensagens chocantes, tal como nos maços de tabaco.

Desde abril de 2016 que os maços de tabaco à venda em Portugal têm imagens chocantes e frases de alerta sobre os riscos de fumar para a saúde. Pulmões e línguas com tumores, pessoas amputadas, mortas dentro de sacos ou em camas de hospital e uma mulher a cuspir sangue são algumas das imagens usadas.

Agora, cientistas querem colocar imagens e mensagens semelhantes em embalagens de carne nos supermercados. A ideia é tentar persuadir as pessoas a deixar de comer carne.

Um estudo da Delft University of Technology, nos Países Baixos, descobriu que os consumidores sentiam-se menos inclinados a comprar produtos com este tipo de rótulos. Uma imagem de um animal morto com a mensagem “os animais sofrem quando você come carne” é apenas um exemplo dos rótulos sugeridos.

“As nossas análises mostram que acrescentar um rótulo a uma embalagem de carne, alertando os potenciais clientes sobre as consequências negativas da sua compra, pode ser uma maneira eficaz de influenciar o comportamento dos compradores”, escrevem os autores do estudo publicado na revista Food Quality and Preference.

Numa das experiências, os investigadores mostraram a 161 voluntários uma de duas embalagens de peitos de frango, sendo que uma delas tinha o rótulo semelhante aos maços de tabaco.

Depois, os participantes foram questionados sobre a probabilidade de comprarem o produto, a sua resposta emocional, se isso afetaria os seus hábitos de consumo futuros e com que frequência comiam carne, explica o Daily Mail.

Não só os voluntários mostravam-se menos propensos a comprar os peitos de frango, como também ficariam menos inclinados a comer carne no futuro.

Mensagens relacionadas com a saúde resultaram numa resposta menos emocional do que mensagens relacionadas com sofrimento animal e perigos para o ambiente. Os cientistas argumentam que isto levou as pessoas a sentirem “níveis mais altos de culpa do que vergonha”.

Daniel Costa, ZAP //

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