A Agência Europeia do Medicamento (EMA) defendeu, esta sexta-feira, a administração da segunda dose da vacina da AstraZeneca, mesmo com os riscos associados à possibilidade de ocorrência de coágulos sanguíneos.
O diretor executivo adjunto da EMA, Noel Wathion, admitiu, em conferência de imprensa, que “para as pessoas que não vão receber uma segunda dose, não há informação disponível sobre alternativas”, mas foi taxativo na defesa da continuidade da administração da vacina e reiterou que os “benefícios superam os riscos”.
“A informação disponível até este momento sustenta que deve continuar a ser dada a segunda dose da vacina Vaxzevria [novo nome comercial do fármaco da AstraZeneca] entre quatro e 12 semanas após a primeira toma, em linha com a informação de produto. A informação disponível não defende atrasar ou evitar a segunda dose”, clarificou o responsável da agência europeia.
O uso da vacina da AstraZeneca foi restringido na maioria dos países da União Europeia, incluindo Portugal, devido a casos raros de trombose relacionados com a sua aplicação, sendo as suas doses administradas apenas a pessoas com mais de 50, 55 ou 60 anos, conforme os países.
Na semana passada, a Dinamarca anunciou que desistiu de usar a vacina da AstraZeneca devido aos efeitos secundários “raros, mas graves”. Foi o primeiro país da Europa a tomar esta decisão.
Esta sexta-feira, a EMA também aprovou um aumento do tamanho do lote e da escala do processo associado no local de fabrico de vacinas da BioNTech/Pfizer em Puurs, Bélgica, que hoje foi visitada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Esta decisão deverá ter “um impacto significativo no fornecimento da Comirnaty”, nome comercial da vacina na UE, segundo um comunicado da agência europeia.
No que respeita à Moderna, foi aprovada uma nova linha de enchimento de produtos acabados da Moderna, em Rovi, Espanha, que será sincronizado com o processo de expansão de substâncias ativas no local de fabrico de substâncias ativas aprovado em março.
Numa conferência de imprensa após a vista à fábrica da da Pfizer, Von der Leyen reiterou a confiança em conseguir que a UE tenha doses suficientes para atingir, em julho, a meta de 70% de adultos vacinados contra a covid-19.
ZAP // Lusa