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EMA aprova vacina da AstraZeneca. Johnson & Johnson anuncia vacina com eficácia de 66% (e dose única)

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Christian Bruna / EPA

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprovou esta sexta-feira a utilização da vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, em todos os países da União Europeia. Portugal deverá receber 700 mil doses nos próximos meses.

No meio de um conflito contratual da farmacêutica com a Comissão Europeia, a Agência Europeia do Medicamento deu luz verde à utilização da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca/Oxford, a terceira a ser aprovada pelo regulador europeu.

Além disso, a vacina está ainda envolta numa outra polémica, depois de a Alemanha considerar que a mesma só deve ser administrada a menores de 65 anos, devido a uma alegada falta de dados sobre a sua eficácia nas pessoas com uma idade superior. Berlim havia hoje mesmo dito esperar que a UE aprovasse a vacina produzida pela AstraZeneca mas com “restrições” em termos etários, o que acabou por não acontecer.

De acordo com o comunicado emitido pela EMA, a vacina deverá ser administrada a adultos com mais de 18 anos e não existe um limite superior de idade.

Nos vários ensaios clínicos, nos quais foi demonstrada 60% de eficácia, participaram cerca de 24 mil pessoas, sobretudo com idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos, não havendo ainda resultados suficientes nos participantes com mais de 55 anos para avaliar com rigor a sua eficácia acima desta faixa etária.

A empresa argumenta que, “no entanto, é esperada proteção, já que se verifica uma resposta imunitária neste grupo etário e com base na experiência com outras vacinas”.

“Uma vez que existe informação fiável sobre segurança [da vacina] nesta população, os peritos científicos da EMA consideraram que a vacina pode ser utilizada em adultos mais velhos”, lê-se no comunicado.

A farmacêutica garante que, tal como em casos anteriores, avaliou “rigorosamente esta vacina e a base científica” sustenta o firme compromisso que o regulador europeu tem de salvaguardar a saúde dos cidadãos da UE.

Ainda de acordo com a EMA, esta vacina é de duas doses e a segunda deve ser administrada entre 4 e 12 semanas após a primeira toma. Os efeitos secundários mais comuns “são dor e sensibilidade no local da injeção, dor de cabeça, cansaço, dores musculares, sensação geral de mal-estar, calafrios, febre, dores nas articulações e náuseas”, que deverão passar uns dias depois da toma.

https://twitter.com/EMA_News/status/1355171602531569664?s=20

Ao contrário das vacinas aprovadas anteriormente – que usam como base o mRNA do vírus -, esta “é composta por outro vírus (da família dos adenovírus) que foi modificado para conter o gene responsável pela produção da proteína spike do SARS-CoV-2″.

“O próprio adenovírus não pode se reproduzir e não causa doenças. Uma vez administrada, a vacina transmite o gene SARS-CoV-2 às células do corpo”, que o irão usar para produzir a proteína spike. “O sistema imunológico da pessoa tratará essa proteína de pico como estranha e produzirá defesas naturais – anticorpos e células T – contra essa proteína”, explica a agência em comunicado.

Vacina da Johnson & Johnson tem eficácia de 66%

A empresa norte-americana Johnson & Johnson anunciou também esta sexta-feira que a sua vacina contra a covid-19 tem uma eficácia geral de 66 por cento, mas é menos eficaz face à variante do novo coronavírus descoberta na África do Sul.

A vacina de toma única tem uma taxa de eficácia de 66% a prevenir casos de doença moderada ou grave e de 85% em casos muito graves.

No ensaio que envolveu 44 mil voluntários, o nível de proteção contra a covid-19 foi de 72% nos Estados Unidos, mas apenas 57% na África do Sul, onde circula uma variante particularmente preocupante do novo coronavírus.

Resultados estes que não se comparam às já aprovadas vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna – que apresentam cerca de 95% e 94% de eficácia, respetivamente.

Esse nível de prevenção “irá potencialmente proteger centenas de milhões de pessoas de resultados graves e fatais da covid-19”, disse Paul Stoffels, chefe científico da J&J, numa declaração.

De acordo com o jornal Público, a empresa planeia pedir autorização de utilização de emergência da vacina na próxima semana à FDA, a agência que regula os medicamentos nos Estados Unidos.

Sofia Teixeira Santos, ZAP // Lusa

11 Comments

  1. Gostava de saber quem é que os comentadores da critica negativa à governação têm para sugerir que saiba fazer melhor, porque prova para fazer pior, já outros governos deram, em situações muito mais fáceis.
    Quando confina é porque dá cabo da economia. Desconfina, anda tudo caladinho até a coisa dar para o torto e depois do leite derramado, é porque já devia ter confinado há mais tempo.
    Vá-se lá ser padre numa freguesia destas!
    Deixem as pessoas fazer o seu trabalho e não arranjem mais stress e mais problemas.
    Se todos tivessem feito a sua obrigação, acatando as precauções que nos foram sendo indicadas, não tínhamos chegado a isto. Mas afinal parece que é preciso um polícia para cada cidadão.
    Ninguém aqui tem memória de algum governo ter tido para resolver, problemas tão graves. Haja consciência! Vamos criar mais problemas? Façam manifestações! Talvez outra greve de fome à porta do parlamento para que tudo comece a funcionar, porque não?
    Vai passar!

    • Olhem-me esta… É de facto preciso ter muita lata… e alguma ingenuidade à mistura!
      Acha normal:
      – Tudo o que se passou com o procurador europeu?
      – O caso do cidadão ucraniano?
      – O aligeirar-se as regras de contratação pública?
      – Os incêndios com o maior de mortos de sempre da história de Portugal resultantes de à frente da proteção civil estarem profundos incompetentes que apenas ali estavam porque tinham cartão do partido!!!!?!!
      – O dizer-se que se ia preparar as escolas para o ensino à distância no ano letivo atual e nada está feito!
      – O ter permitido a pouca vergonha que foi no Natal e passagem de ano com as consequências que vemos atualmente?
      – O não ter fechado os aeroportos a voos vindos do Reino Unido mal se ouviu falar da estirpe inglesa (ao contrário do que eles fizeram aos voos nacionais logo que ouviram falar de uma estirpe brasileira)?
      – Não terem negociado previamente com os operadores privados no campo da saúde uma resposta integrada (pois… precisavam de aprovar o orçamento de estado com os votos do pcp que nunca iria aceitar essa condição; este orçamento de estado custou vidas!!!! Mas o poder pelo poder tudo justifica)??!
      – O disparate que está a ser a vacinação com chico-espertos por todo o lado a passarem impunemente à frente de indivíduos de grupos de risco apenas porque são socialistas chico-espertos no local certo à hora certa (veja as criaturas reles e repugnantes de reguengos e da segurança social de setúbal)?
      – O não terem encerrado o restaurante da assembleia da república quando todo e qualquer espaço de restauração estar obrigatoriamente encerrado?!!!
      – O terem permitido que as eleições e respetiva campanha decorresse durante a pior etapa do cenário pandémico?!!
      -…

      Olhe… isto é tudo tão mau que penso que nem em África ou América do Sul.
      Este é o maior bando de incompetentes que alguma vez na história de Portugal se reuniu para comandar a nossa nação. UMA VERGONHA TOTAL!

    • Dá para perceber que a sarcástica se nivela muito por baixo mas isso é um problema apenas seu. Não é nosso. Estamos seguramente habituados nas nossas vidas a desempenhos superiores. Já no seu caso provavelmente fica satisfeita com o desempenho deste governo. Olhe que lhe posso dizer, procure abrir os seus horizontes, viaje mais, trabalhe em contextos internacionais e depois é provável que venha a mudar a sua opinião.

    • Uma coisa é certa, o Carlão apresentou um vasto conjunto de factos que a amiga não conseguiu rebater. De resto, nem conseguiu apresentar um único. Por aqui já todos vimos quem ganhou esta troca de argumentos.

  2. Tanto sofrimento pela falta de vacinas quando a Rússia pôs à disposição da UE 100 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. Mas a estupidez dos dirigentes da UE e a subserviência aos EUA tem levado a UE a ignorar a vacina russa, cuja eficácia já está demonstrada. Só a Hungria teve a inteligência de aprovar a vacina russa, mas vai ter de esperar pela aprovação da entidade sanitária europeia. Para brincar à política a Europa vai desprezando a saúde dos cidadãos europeus.

    • E quem é que ia querer ser vacinado?? Eu não! Uma vacina Sputnik?? Uma vacina made URSS? Livra, ainda trazia lá cloreto de potássio… Tome-a você!!

      • Tenha lá calma, porque não uma vacina Russa ?
        Segundo os nossos padrões, eles são um pais livre … podem sair de casa e do pais, nós não.
        São um pais de esquerda … nos também (tudo boa gente)

        Qual o problema de levar com um URSS Sputnick ?

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