Eleições influenciaram detenção de Rendeiro? Quem diz isso “não tem noção”, diz Marcelo

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Rui Miguel Pedrosa / Lusa

O Presidente da República assumiu, este domingo, que a detenção de João Rendeiro foi um “momento importante” e disse que quem a associa às eleições legislativas “não tem noção”.

“Penso que foi um momento importante para a justiça portuguesa, para a confiança dos portugueses na justiça, confiança dos portugueses nas instituições que mandam, confiança dos portugueses na democracia e, nesse sentido, foi muito positivo porque mostrou que ninguém está acima da lei”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas à saída do XXV Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), em Aveiro.

O chefe de Estado negou ainda que a proximidade das eleições legislativas tenha influenciado a detenção, como sugeriu o presidente do PSD, Rui Rio, na sua conta do Twitter.

“É não conhecer o que é uma investigação criminal, as dificuldades que implica quando atravessa a fronteira de vários países. É não ter a noção de como isso implica tantas diligências, tantos processos complicados”, respondeu aos jornalistas o Presidente, citado pelo jornal online ECO.

“[É uma investigação] que envolve países que são soberanos, com as suas autoridades judiciárias e, portanto, não se faz de um momento para o outro, nem é possível prever quando se faz. Faz-se quando é possível fazer, desde que se persista e se ultrapasse os obstáculos existentes”, acrescentou.

“O diretor da PJ deu uma conferência de imprensa de manhã. Depois esteve na RTP às 13 horas, na CMTV às 17 horas, na CNN às 19 horas e, exibindo o seu dom da ubiquidade, conseguiu estar às 20 horas, ao mesmo tempo, na SIC e na TVI. Pelos vistos, o azar de João Rendeiro foi haver eleições em janeiro“, escreveu Rio.

A posição do líder social-democrata diverge dos elogios que foram feitos à PJ ao longo do espetro político-partidário, desde o primeiro-ministro, António Costa, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, a coordenadora do BE, Catarina Martins, a direção do Chega e o presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo.

ZAP // Lusa

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