Tensão nas eleições da JSD-Porto levam à intervenção da PSP

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Rosina Ribeiro Pereira / Facebook

Rosina Ribeiro Pereira, ex-líder da JSD-Porto

Rodrigo Passos foi eleito, no sábado, como novo líder da JSD-Porto, substituindo Rosina Ribeiro Pereira, que deixou algumas palavras duras para comentar o que se passou no ato eleitoral.

Segundo o Público, Rosina Ribeiro Pereira, eleita em janeiro de 2018, perdeu as eleições, no último sábado, para Rodrigo Passos por 61 votos.

O jornal escreve que o ato eleitoral terá sido marcado pela intervenção da PSP na sede do partido, no Bonfim, depois de ter sido chamada devido a alguma tensão entre as duas candidaturas por causa da não abertura das urnas à hora marcada.

Numa publicação no Facebook, a agora ex-dirigente da JSD-Porto diz sentir-se chocada com algumas coisas a que assistiu. “Ao fim de tanto tempo de atividade e participação partidária, ainda vejo coisas que me chocam, mas o que me leva a falar, para além da natureza dessas ações, é a sua frequência, naturalidade e a sensação de impunidade associada. Aquilo que considerava ser a exceção, tornou-se a regra”.

Rosina denuncia que “há pessoas que usam o seu horário de trabalho na função pública para trabalhar para o partido, colocando até as instalações ao serviço do mesmo, quando apenas, e só, deveriam estar ao serviço da população”, acrescentando que há “fichas de militantes que desaparecem porque não são do interesse do ‘cacique’, sem prestarem um único comprovativo de recebimento das mesmas”.

“Outras, usam dinheiro de campanhas eleitorais para comprar certos ‘jotas’ e, pior ainda, esses aceitam receber, criando assim a sua rede de dependência”, denuncia ainda.

“A verdade é que do lado dos ‘jotas’, a coisa não fica melhor“, afirma Rosina, revelando que se deparou com “a falta de educação, o bullying, a hostilização, a ação política motivada pelo ódio e pelos lugares, a subserviência a grupos de interesses, a incoerência e a falta de verticalidade”.

A candidata derrotada diz que, no sábado, “o ‘cacique’ foi ao extremo”, adiantando que, à porta da sede, havia “várias pessoas a ‘dar baixa’ de quem vinha ou não vinha”, vendo “fazer o que antes se fazia à porta fechada”.

“Existem, ainda, os que se consideram acima das regras. Que os horários de eleição não são para cumprir e que não é da sua competência organizar o ato eleitoral, mesmo quando são eleitos para tal”, refere, numa alusão ao presidente da mesa, João Menezes, que, segundo o mesmo jornal, chegou atrasado.

“Não fomos subservientes ao partido. Não nos calámos. Não desistimos. Não nos vergámos. Não nos vendemos. Não descartámos ninguém da nossa equipa para fazer acordo nenhum. Trabalhámos muito, fizemos da JSD do Porto aquilo que achamos que deve ser uma juventude partidária e, com isso, conseguimos captar imensa gente que veio para ficar e continuar a fazer diferente”.

“Outras etapas virão, mas sempre com a mesma certeza e convicção de que não estamos aqui para alimentar os vícios partidários. Ainda que todos, eu não”, conclui.

ZAP //

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