A cadeia de hipermercados El Corte Inglés viu-se forçada a cancelar uma campanha de venda de animais de estimação a prestações, após o mar de críticas que surgiu nas redes sociais.
Esta campanha de financiamento, destinada à compra de animais de estimação com preços superiores a 200 euros, foi lançada no espaço comercial do El Corte Inglés em Vila Nova de Gaia.
As condições oferecidas permitiam aos detentores do cartão de crédito do estabelecimento adquirir animais a prestações até 12 meses sem juros, conforme se pode ler em imagens dos painéis de divulgação da campanha que foram publicadas no Facebook.
Para a associação IRA – Intervenção e Resgate Animal, esta é uma forma de “promover o abandono dos animais”, conforme destacam os seus responsáveis numa publicação no Facebook, a par de uma fotografia de um cartaz da campanha do El Corte Inglés.
“É uma campanha que repudiamos, que estimula a aquisição dos animais por facilitismo sem qualquer responsabilidade para com o mesmo e contraria a legislação em vigor, onde os animais deixam de ser ‘coisas’”, destaca a IRA.
A associação refere-se à Lei aprovada em Dezembro passado, no Parlamento, promovendo alterações ao Código Civil para que os animais deixem de ser considerados objectos, à luz da lei, passando a ter um estatuto intermédio entre as coisas e as pessoas.
A partilha da imagem pela IRA gerou muita controvérsia no Facebook, com muitas críticas à campanha do El Corte Inglés, mas também com muitos comentários favoráveis.
Perante o burburinho, e “face aos comentários de alguns clientes que não concordavam com o teor da campanha”, o El Corte Inglés cancelou a iniciativa, conforme confirma ao jornal Público a directora de comunicação Susana Santos.
“É impossível agradar a toda a gente”, nota ainda esta responsável do El Corte Inglés.
Entretanto, a cadeia de supermercados publicou no seu perfil do Facebook uma nota a explicar que valoriza “muito a opinião dos clientes e da comunidade” onde se insere e que, após ter recebido “vários apelos”, resolveu “cancelar a campanha”.
A empresa também faz questão de salientar que tem “trabalhado ao lado de várias instituições” de apoio a animais e nota que está a analisar “internamente” se vai continuar ou não a vender animais de estimação nos seus estabelecimentos.