É como se a natureza nos quisesse estragar os planos. O “efeito de fim de semana” pode ter mesmo algum fundamento científico.
Esteve bom tempo a semana toda e finalmente chega o fim de semana para aproveitar. Mas claro: as nuvens, quase como se soubessem, chegaram carregadas de chuva para estragar os planos.
Esta impressão parece ser muito comum — demasiado comum para ser só coincidência. E de facto, segundo alguns estudos, este “efeito de fim de semana” pode ter algum fundamento científico.
A teoria mais globalmente aceite é que as atividades humanas durante a semana geram um aumento progressivo da poluição atmosférica. Com a chegada do fim de semana, a redução drástica dessas emissões pode alterar as propriedades das nuvens. Esta destabilização das condições meteorológicas locais pode, por vezes, originar padrões meteorológicos diferentes ao sábado e domingo.
Um estudo publicado em 1998 na revista Nature, citado pelo IFL Science, identificou ciclos semanais regulares de poluição, precipitação e até de ciclones tropicais na costa atlântica dos Estados Unidos. Os investigadores notaram que os níveis de poluição atingem o pico no final da semana, coincidindo com um aumento da precipitação nos fins de semana. Mas o efeito não é igual em todas as regiões.
Em algumas zonas dos EUA, os fins de semana são mais secos, enquanto em partes da Europa há uma maior tendência para a chuva aos sábados e domingos. Além da precipitação, também se verificaram padrões semanais na temperatura em países como EUA, México, Japão e China.
Os dados sugerem que a poluição por aerossóis pode reduzir a radiação solar durante o dia e reter calor durante a noite, o que resulta numa menor variação térmica diária ao fim de semana. Além disso, tempestades de granizo e tornados parecem ocorrer com mais frequência durante os dias úteis na região leste dos EUA, possivelmente, devido ao ar mais húmido e poluído presente nesses dias.