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EDP Renováveis compra gigante asiática da energia solar por 600 milhões de euros

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Painéis solares

A EDP Renováveis chegou a acordo para a compra de uma das maiores companhias solares do Sudeste Asiático, a Sunseap Group Pte. Ltd. É um investimento “estratégico” de 600 milhões de euros.

A empresa diz ter acordado a aquisição de uma participação de 87,4% na Sunseap Group Pte. Ltd, a maior companhia de energia solar distribuída e uma das top quatro de energia solar no Sudeste Asiático, conforme comunicado publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A aquisição foi alcançada através de um acordo com os principais accionistas da Sunseap pelo valor de 600 milhões de euros.

A EDP Renováveis também informa que ainda pode “aumentar a sua participação até 91,4%“.

A Sunseap é uma empresa renovável focada em energia solar, com sede em Singapura e que conta com mais de 400 trabalhadores espalhados por nove mercados, nomeadamente, Singapura, Vietname, Malásia, Indonésia, Tailândia, Camboja, China, Taiwan e Japão. “A companhia opera ao longo de toda a cadeia de valor solar, através de um modelo de construção, detenção e operação de projetos solar PV residenciais, ‘utility-scale’ e flutuantes”, explica ainda a EDP Renováveis.

“O portfolio da Sunseap incluía, em setembro de 2021, 5,5 GW (Gigawatts) de projetos solares: 540 MW (megawatts) em operação e construção, 127 MW de capacidade assegurada pronta a entrar em construção e 4,8 GW de pipeline em várias fases de desenvolvimento”, refere ainda a nota da eléctrica portuguesa.

Região gera mais de metade da procura global de energia

De acordo com a EDP Renováveis, os mercados energéticos na região da Ásia-Pacífico (APAC) geram mais de metade da procura global de energia e estão altamente dependentes de combustível importado.

“A APAC é uma região chave no crescimento do mercado renovável, representando 55% das adições globais de capacidade para 2020-30, com o solar a representar 65% do crescimento da APAC, refletindo os fortes alicerces na região e uma forte iniciativa para a transição energética, com os governos da China, Japão e Coreia do Sul a comprometerem-se recentemente com emissões net zero (para 2060, 2050 e 2050, respetivamente)”, destaca ainda a nota da EDP.

A empresa diz ainda que na sequência deste negócio, a EDP Renováveis tornar-se-á global com presença em 25 mercados representativos de 75% do crescimento global em renováveis até 2030.

A conclusão da aquisição ainda está sujeita a aprovações, nomeadamente regulatórias.

EDP prevê investir 1.500 ME no grupo Sunseap até 2025

A EDP planeia investir 1.500 milhões de euros no grupo Sunseap até 2025, adianta o presidente executivo da empresa (CEO), Miguel Stilwell d’Andrade, em declarações à Lusa.

“Queremos crescer, alavancar ainda mais e aproveitar o crescimento daquela região”, indica o CEO, explicando que a EDP Renováveis prevê “investir cerca de 1.500 milhões de euros ao longo dos próximos anos na empresa” asiática. Este valor é para ser aplicado até 2025, detalha o gestor.

“Estrategicamente, é uma transação que obviamente tem um óptimo encaixe com o portfolio da EDP”, garante Miguel Stilwell d’Andrade.

“Passamos verdadeiramente a ser uma empresa global, com presença nas quatro grandes regiões: Estados Unidos, Europa, América Latina e agora também Ásia”, algo que permite “aproveitar este crescimento que existe, toda a dimensão do mercado asiático e todo o crescimento que se prevê também ao longo dos próximos anos”, salienta o CEO.

Sobre a possibilidade de a empresa aumentar a sua participação para 91,4%, o presidente executivo explica que o grupo Sunseap “não tinha um único dono”, mas “vários pequenos acionistas” e “um grande que tinha cerca de 45%”. Um total de “87% dos accionistas aderiram à compra, ou seja, aceitaram vender”, “mas há um accionista que tem cerca de 4% que ainda não tomou a decisão“, acrescenta. Mas se “venderem nas próximas semanas passaremos a ter os 91%”, conclui.

O resto do capital ficará nas mãos dos fundadores da Sunseap e de outro accionista, de origem japonesa, indica ainda o CEO.

A EDP vai manter a equipa de gestão do grupo, garante também, referindo que é “um dos atractivos da empresa”.

“Operação absolutamente estratégica”

“Agora a palavra-chave vai ser consolidar a nossa presença“, salienta Miguel Stilwell d’Andrade, acrescentando que a EDP entrou “em muitos mercados nos últimos 12 ou 18 meses”. O foco, “mais do que alargar o número de países, vai ser agora consolidar”, destaca.

A EDP tem previsto, para aquela região, um investimento de 1.400 milhões de euros, que fica em parte alocado a esta operação no grupo Sunseap.

“Para nós isto é uma operação absolutamente estratégica porque complementa o nosso portfolio e acrescenta uma quarta plataforma geográfica àquilo que é o portfolio da EDP Renováveis”, salienta o CEO da EDP.

Quanto a futuras operação na região, Miguel Stilwell d’Andrade refere que a EDP estará mais concentrada “em desenvolver o portfolio existente da empresa”, mas não deixará “de olhar para outras oportunidades que possam complementar esta empresa ou noutras geografias ou tecnologias”. “Mas seguramente nada com a mesma escala”, sublinha.

ZAP // Lusa

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