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Subida das taxas de juro do BCE será “gradual”, garante economista-chefe

European Central Bank / Flickr

O economista-chefe do BCE, Philip Lane.

Philip Lane garante que a subida de taxas de juro na zona euro será “gradual”, o que acalma a especulação sobre o BCE subir os juros de forma mais acentuada.

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, afirma que o “cenário central” é uma subida de 25 pontos-base em julho e outra em setembro, rebatendo a especulação de subidas de 50 pontos-base (meio ponto percentual).

“A normalização tem uma tendência natural para se mover em unidades de 25 pontos-base, portanto aumentos de 25 pontos-base nas reuniões de julho e em setembro são o cenário central“, indica o economista-chefe do BCE, em entrevista ao jornal espanhol Cinco Días.

As taxas de juro negativas só acabariam na zona euro em setembro, com as taxas de juro dos depósitos no BCE em -0,50%.

O aumento dos juros, segundo Lane, pode ser mais rápido, uma ideia que alguns governadores têm vindo a defender publicamente.

No entanto, “qualquer discussão sobre aumentos a outra velocidade teria de demonstrar [no seio do Conselho do BCE] que é mais adequado movermo-nos mais rapidamente do que esta sequência de aumentos [de 25 pontos-base] em julho e em setembro”, realça o economista-chefe.

Outras hipóteses serão discutidas no Conselho do BCE, tal como a possibilidade de haver pelo menos um aumento de 50 pontos-base logo em julho, o que retiraria as taxas de referência do BCE de terreno negativo já nesse mês.

“Mas a avaliação que fazemos neste momento, de que assim conseguiremos mover as expectativas de inflação a médio prazo para o nosso objetivo de 2%, recomenda que adotemos uma abordagem gradual”, sublinhou Philip Lane.

Christine Lagarde, presidente do BCE, admitiu na semana passada que a subida “gradual” das taxas de juro pode não ser suficiente para fazer frente à inflação.

Lagarde confirmou que, de acordo com a análise do BCE, “existem, claramente, condições em que o gradualismo pode revelar-se não ser a estratégia adequada”.

“Se viermos a verificar que a inflação mais elevada está a ameaçar a ancoragem das expectativas de inflação, ou se houver sinais de que pode haver uma perda mais permanente de potencial económico, que limite a disponibilidade de recursos, então a política mais correta seria a mesma que se toma quando há um choque [de aumento na] procura”, esclarece a dirigente.

Ou seja, “precisaríamos de retirar a acomodação monetária rapidamente para eliminar o risco de formação de uma espiral que se alimenta a si própria”.

ZAP //

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