A companhia aérea britânica Easyjet anunciou esta terça-feira ter sido alvo de um ciberataque “altamente sofisticado” que comprometeu os dados pessoais de cerca de nove milhões de clientes.
Os piratas informáticos tiveram acesso aos endereços de email e aos detalhes de viagem dos passageiros e num número mais restrito de casos (2.208), aos dados de cartões de crédito, indicou em comunicado a companhia, já bastante fragilizada pela pandemia.
A Easyjet precisou na mesma nota que os clientes afetados serão contactados nos próximos dias, até 26 de maio, no limite. A companhia já entrou em contacto com os que tiveram os dados dos cartões de crédito comprometidos.
A Easyjet apresentou desculpas às pessoas afetadas e disse não ter indícios que levem a crer que os dados foram utilizados para fins nocivos, adiantando que se tratou de um ciberataque a partir de uma fonte “altamente sofisticada”, mas pediu aos clientes envolvidos para “estarem muito atentos”.
O grupo da companhia aérea alertou de imediato a organização britânica de cibersegurança e o regulador britânico de proteção de dados.
Este incidente ocorreu numa altura em que a companhia se encontra bastante afetada, como todo o setor aéreo, pela pandemia de covid-19, que levou a uma paragem dos voos. Na próxima sexta-feira está prevista uma assembleia geral de acionistas para decidir sobre o futuro da equipa dirigente.
O setor da aviação é um dos mais afetados pela pandemia de covid-19, que já matou pelo menos 318.517 pessoas e infetou mais de 4,8 milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP, às 11:00 desta terça-feira.
A crise do novo coronavírus deverá privar o setor mundial de transporte aéreo de 252 mil milhões de dólares de receitas este ano, mais do dobro do previsto anteriormente (113 mil milhões dólares). “Trata-se da crise mais profunda de sempre para a nossa indústria”, afirmou o diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Alexandre de Juniac, durante uma conferência telefónica, apelando a governos para ajudarem quando se aproxima “uma crise de liquidez”.
“Precisamos desesperadamente de dinheiro”, adiantou.
ZAP // Lusa