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É preciso “ponderar” proibição de máscaras comunitárias. DGS não altera recomendações (para já)

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Numa altura em que alguns países da Europa estão a alterar as recomendações sobre o uso de máscara, Portugal não vai, para já, alterar as recomendações.

Nos últimos dias, Alemanha, França e Áustria determinaram o uso obrigatório de máscaras de proteção mais eficazes em espaços onde se concentram muitas pessoas, como em transportes públicos, supermercados ou lojas.

Em declarações à TSF, António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, defendeu que é necessário “ponderar” a proibição do uso de máscaras comunitárias em locais públicos, substituindo-as por máscaras cirúrgicas.

Estas máscaras, conhecidas como FFP1, são mais seguras do que as máscaras comunitárias. “As questões das máscaras comunitárias são várias e muito variadas e não tenho a certeza que estejam todas certificadas, pelo que não conseguimos ter uma garantia de segurança, nomeadamente quando o vírus anda mais disseminado na comunidade e com estirpes de mais fácil disseminação”, disse António Morais.

Dada a “situação dramática” de Portugal, o responsável considera que é necessário “ponderar” se vale a pena obrigar a que as máscaras cirúrgicas sejam usadas na rua ou nas idas ao supermercado, uma vez que “seriam uma garantia maior de proteção”.

Na mesma linha surge Paulo Paixão, da Sociedade Portuguesa de Virologia, que recordou à TSF que as FFP1 e as FFP2 – máscaras com filtro – são mais eficazes que as máscaras comunitárias, mas teme que não exista capacidade de produção para um uso massificado por todos.

“Eu, por exemplo, trabalho num hospital e não uso FFP2 a não ser quando vou a um local de maior risco. Devo deixar as FFP2 para os colegas e outros profissionais de saúde que necessitam destas máscaras”, referiu.

“O fundamental, para qualquer variante da covid-19, é cumprir aquilo que está estabelecido. As pessoas até podem ter uma FFP2, mas se depois a tiram quando estão com a família, estão com os amigos, vão fumar um cigarro ou beber um café – situações com que me deparo com muita frequência no meu dia a dia – não adianta termos super-máscaras”, concluiu.

Em declarações ao Jornal de Notícias, o epidemiologista e presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, admitiu que se devem equacionar máscaras mais protetoras do que as sociais. Porém, considera que “convinha ter informação mais robusta” para se sustentar uma mudança nas orientações de forma a tornar-se obrigatório o uso dos respiradores FFP2 pela comunidade.

Fausto Pinto, diretor da Faculdade de Medicina de Lisboa e ex-presidente do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas, disse ao JN que uso de máscaras mais eficazes, “é uma questão de precaução e proteção” e aconselhou o uso de máscaras com maior filtragem ou duas máscaras sobrepostas.

DGS não altera recomendações

Tendo em conta que vários países europeus proibiram o uso de máscaras comunitárias em vários espaços públicos, a Ministra da Saúde, Marte Temido, questionou a Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a necessidade de revisão das medidas de prevenção contra a covid-19 face à proliferação de novas variantes do vírus SARS-CoV-2 em Portugal.

A ministra disse que “não há ainda recomendações adicionais concretamente sobre a questão das máscaras ao nível do Centro Europeu de Controlo de Doenças e temos sempre alinhado as nossas posições com as recomendações internacionais. Estamos muito atentos e logo que haja alguma informação que coloque alguma necessidade de adaptação, fá-lo-emos”, afirmou.

Em declarações ao JN, a DGS disse estar “a analisar as atuais recomendações relativas às medidas não farmacológicas de prevenção e controlo de infeção (como, por exemplo, a utilização de máscaras) à luz da última evidência”.

Para já, nem a Organização Mundial da Saúde (OMS) nem o Centro Europeu para Controlo e Prevenção de Doença (ECDC) alteraram as suas recomendações quanto ao uso de máscara.

Assim, para já, a DGS não vai proibir o uso de máscaras comunitárias e exigir o uso de máscaras cirúrgicas ou FFP2.

Maria Campos, ZAP //

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3 Comments

  1. Desde que se soube que apenas as FPP2 era eficazes, passou logo a ser as que eu compro e uso. Estamos entregues aos bichos com um nível de inteligência de uma criança de 11 anos.

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