Duterte insulta mulheres da polícia e exército em evento de homenagem

Num evento de homenagem a agentes da polícia e do exército, Rodrigo Duterte discursou para uma plateia composta quase só por mulheres. O presidente das Filipinas insultou-as e culpou-as de o privarem da sua “liberdade de expressão”.

O evento, que até promovia a igualdade, realizou-se esta segunda-feira, e as declarações de Duterte causaram mais uma vez controvérsia. O político filipino usou a palavra “puta” para descrever as mulheres. “Vocês criticam cada palavra que eu digo”, disse Duterte, citado por vários orgãos de comunicação das Filipinas.

De acordo com o Expresso, Rodrigo Duterte não se ficou por aí e ainda disse que as agentes da polícia e do exército o privavam da sua liberdade de expressão. “É por isso que tenho duas esposas. Isso significa que gosto de mulheres“, afirmou ironicamente o presidente filipino.

Esta não é a primeira vez que Duterte faz este tipo de declarações misóginas. Em agosto do ano passado, o presidente filipino disse que “se houver muitas mulheres bonitas, haverá muitas mais violações“. Foi assim que o político eleito em 2016 justificou o aumento dos casos de violação e agressão sexual na cidade filipina de Davao.

O caso mais famoso de Duterte foi quando, em junho de 2018, forçou o beijo nos lábios de uma mulher numa reunião pública com a comunidade filipina em Seul, o que provocou críticas generalizadas e até mesmo manifestações nas ruas de grupos de mulheres.

Também em fevereiro de 2018, o chefe de estado das Filipinas pediu aos militares do Exército do país que atirassem na vagina das guerrilheiras comunistas para que elas não pudessem procriar.

Mais recentemente, no início deste ano, admitiu num discurso público que quando era adolescente abusou sexualmente de uma mulher. “Levantei o cobertor e tentei tocar-lhe por debaixo da roupa. Estava a tocar-lhe. A mulher acordou e eu saí do quarto”, disse o líder das Filipinas.