O FC Porto voltou a sorrir. Após dois desaires – ambos diante do Braga – nos últimos três jogos, os “azuis-e-brancos” regressaram aos triunfos e derrotaram o Gil Vicente por 2-1 esta terça-feira, num embate a contar para a 18ª jornada da Liga NOS.
Sandro Lima ainda gelou as hostes no palco do Dragão, mas Marcano e Sérgio Oliveira apontaram os golos que deixaram a equipa de Sérgio Conceição a sete pontos do líder Benfica. Por sua vez, os gilistas, que não perdiam em todas as competições há cinco encontros, voltaram a ser batidos.
O jogo explicado em números
- Relativamente ao desaire na final da Taça da Liga diante do Braga, saíram Diogo Costa (por opção), Danilo (lesionado), Otávio (castigado) e Luis Díaz (por opção) e entraram no “onze” Marchesín, Uribe, Romário Baró e Manafá. Com isto, Corona subiu no terreno para actuar na ala direita.
- Do lado gilista, Vítor Oliveira promoveu duas mudanças, tendo por comparação o nulo na visita ao Paços de Ferreira da última jornada, com as saídas de Claude Gonçalves e Naidji e as incursões de João Afonso e Arthur Henrique.
- Aos cinco minutos, Sandro Lima protagonizou o primeiro remate – desenquadrado – do encontro. Na resposta, quase imediata, na sequência de um livre cobrado por Alex Telles, Sérgio Oliveira, em boa posição, atirou por cima da baliza contrária. Começava animado o duelo, com dois remates nos primeiros instantes.
- Nesta fase, os “dragões” assumiam as rédeas – 77% da posse de bola e um acerto de 88% num total de 75 passes -, por sua vez, os visitantes tentavam apostar nas saídas velozes rumo à baliza de Marchesín e tinham 24% da posse de bola e 25 passes trocados, com uma eficácia de 56%. Havia muito empenho, mas pouco engenho dos dois lados.
- O duelo prosseguiu, mas sem grandes ocasiões, até que o relógio marcou o minuto 30. Em zona frontal, Romário Baró rematou e a bola saiu um por cima da baliza minhota. Foi um tiro contra o marasmo e apenas a terceira tentativa de remate na partida para os dois conjuntos.
- Corona, um dos jogadores mais regulares do FC Porto esta temporada, era o espelho da desinspiração dos anfitriões, com uma falta cometida, nenhuma ocasião de golo gizada e oito perdas de bola.
- Na ocasião de golo mais flagrante, aos 37 minutos e no primeiro remate enquadrado, Sandro Lima, com tudo para inaugurar o marcador, não conseguiu bater Marchesín. Depois, lançado em profundidade, Marega não dominou a bola a preceito e desperdiçou uma boa situação para desferir em direcção às redes do Gil Vicente. De fora da área, Alex Telles ameaçou a baliza de Denis com um remate perigoso.
- Em cima do intervalo, aos 44 minutos, o palco do Dragão gelou com o golo do Gil Vicente. Num contra-ataque perfeito iniciado por Lourency, este passou a bola no momento certo a Fernando Fonseca, que cruzou com precisão para a cabeça de Sandro Lima. Após o primeiro aviso, o atacante não perdoou e inaugurou a contenda.
- Mas a resposta “azul-e-branca” foi quase imediata. Uribe centrou com as coordenadas certas e Marcano, qual ponta-de-lança, cabeceou com acerto para o golo do empate.
- Intervalo Numa primeira parte quezilenta, com 19 faltas – dez para os anfitriões e nove para os forasteiros -, e nem sempre bem jogada, valeram os últimos dez minutos, período no qual o duelo ganhou velocidade e alguma fantasia. Os gilistas congelaram os “dragões” com o tento de Sandro Lima, mas Marcano, que falhou no lance que esteve na génese do golo adversário, redimiu-se e deixou tudo empatado. Com três remates, dois dos quais enquadrados, um golo – expected Goal (xG) de 0,2 -, duas faltas sofridas, dois desarmes e 18 acções com a bola, Sandro Lima era a figura do encontro com um GoalPoint Rating de 6.5.
- Romário Baró assistiu e Sérgio Oliveira, na terceira tentativa no jogo, rematou colocado e os portistas”voltaram a derrubar a muralha defensiva gilista. Estava dada a volta ao marcador. O FC Porto precisou de nove remates – um bloqueado, cinco para fora e três com a direcção da baliza – para estar em vantagem.
- Os jovens Romário Baró, numa primeira instância, e na sequência Vítor Ferreira, que havia sido lançado por Sérgio Conceição minutos antes para o lugar de Manafá – passando Corona para o lado direito da defesa -, não conseguiram dilatar a vantagem, em duas soberanas oportunidades criadas pelo ataque do FC Porto. Aos 71 minutos, Lourency surgiu sem marcação na área do FC Porto, mas atirou por cima.
- A 19 minutos do final da partida, João Afonso foi expulso, após entrada dura sobre Uribe e deixou o Gil Vicente reduzido a dez elementos. Nesta fase, os donos da casa tinham o dobro dos remates do Gil, o dobro dos cantos – quatro contra dois -, 19 faltas cometidas contra 16, 48 duelos ganhos, contra 53 dos visitantes, uma eficácia de passe de 86% contra 68% e posse de bola de 67% contra 33%.
O melhor em campo GoalPoint
Novamente lançado no “onze”, Sérgio Oliveira destacou-se na fria noite desta terça-feira e foi considerado o melhor jogador, com um GoalPoint Rating de 7.1, que premeia, além do decisivo golo, a consistência do médio que encheu o terreno de jogo com três remates, dois passes para finalização, uma eficácia de passe de 86% – dez tentativas falhadas em 69 tentativas -, 12 passes progressivos, 98 acções com a bola, três desarmes e outras tantas faltas sofridas.
Jogadores em foco
- Uribe 6.9 – Crucial do golo do empate, com o passe que resultou no cabeceamento certeiro de Marcano, o internacional colombiano – que teve Carlos Queiroz a tirar notas da tribuna presidencial – voltou aos níveis exibicionais do início a época, com uma “performance” positiva, tanto a atacar como a defender, na qual realçamos, ainda, 17 passes progressivos certos, quatro recuperações de bola e 115 acções com o esférico.
- Marcano 6.8 – Dois remates enquadrados, um golo, quatro passes falhados em 43 tentativas – 91% -, dois duelos aéreos ganhos em três tentativas e dois alívios. Na fase de maior aperto, o espanhol foi crucial para o FC Porto.
- Mbemba 6.2 – Nove passes progressivos, sete recuperações de bola, quatro intercepções. Números de mais uma exibição positiva do defesa-central congolês.
- Sandro Lima 6.1 – Bastante activo na primeira metade do encontro, quando foi considerado o melhor jogador, o avançado brasileiro saiu do Dragão com nota positiva. Marcou o oitavo golo na prova e causou alguns calafrios aos defensores adversários.
- Marega 5.4 – Atravessa uma fase de menor fulgor. Na sua folha de registos há excepção de uma ocasião flagrante desperdiçada, não há mais registos de finalizações ou assistências do maliano nas 26 acções com a bola que teve esta noite.
- Rúben Fernandes 4.1 – Noite para esquecer do experiente defensor, que teve quatro perdas de bola, apenas um desarme, três alívios, um drible consentido e a pior nota de todos os jogadores que estiveram em acção.
// GoalPoint