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O “homem das três caras” já fez dois transplantes faciais

Jérôme Hamon, de 43 anos, foi submetido a um transplante facial em 2010, devido a uma deficiência genética que lhe deformou o rosto. Agora, uma constipação obrigou-o a fazer o segundo transplante. É o “homem das três caras”.

Três meses após o segundo o transplante facial, Jérôme Hamon, o primeiro homem do mundo a recorrer por duas vezes a esta cirurgia, disse estar a “sentir-se bem”.

O “homem das três caras” removeu o seu primeiro transplante no ano passado, depois de dar sinais de rejeição do tratamento devido a um antibiótico incompatível que tinha que tomar por causa de uma constipação. O francês de 43 anos ficou no hospital, em Paris, durante dois meses sem cara, enquanto era procurado um dador compatível.

Hamon sofre de neurofibromatose tipo 1, também conhecida como a doença de von Recklinghausen, uma deficiência genética que vai deformando o rosto do doente ao longo dos anos.

O seu primeiro transplante, em 2010, foi um sucesso, mas a constipação em 2015 (mais propriamente os antibióticos que se viu obrigado a tomar) revelou-se incompatível com o tratamento imunossupressor que estava a fazer para prevenir uma rejeição do material transplantado.

Os primeiros sinais de rejeição chegaram em 2016 e, em novembro de 2017, a cara teve mesmo que ser removida.

Até janeiro, Jérôme foi incapaz das mais básicas funções, como ver, falar ou ouvir, uma vez que não tinha cara, até que um dador foi encontrado e o segundo transplante levado a cabo. Para evitar outra rejeição, Hamon fez um tratamento especial para limpar o sangue antes do transplante.

A nova cara do primeiro homem do mundo a fazer dois transplantes faciais continua imóvel e ainda é necessário delinear as suas feições.

“Se o meu corpo não tivesse aceitado esta nova cara, teria sido terrível. É uma questão de identidade. Mas aqui estamos. Isto é bom, sinto que sou eu“, revelou à AFP, citado pela BBC. “Eu tenho 43 anos, mas o dador tinha 22, por isso, parece que estou a rejuvenescer”, brincou.

O transplante foi levado a cabo pelo cirurgião Laurent Lantieri, um especialista em transplantes faciais e de mãos que fez a primeira cirurgião do “homem das três caras”, há oito anos. “Hoje, ficámos a saber que um duplo transplante é possível“, disse ao Le Parisien.

ZAP //

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