Encontro histórico: os 2 minutos de Trump e a mentira de Putin

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Jim Lo Scalzo / EPA

Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, com imagem de Donald Trump ao fundo

Presidente da Rússia a negociar? “Só quer tirar uma foto com Trump” – que vai ser muito rápido a perceber a ideia de Putin.

O encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin será realizado na sexta-feira em Anchorage, no estado do Alasca, um território norte-americano que fez parte da Rússia até 1867. Será a primeira reunião presencial entre os presidentes de EUA e Rússia desde que começou a guerra na Ucrânia.

Essa reunião histórica tem originado algumas esperanças mas a Casa Branca disse que o encontro será como um “exercício de escuta” para Donald Trump.

A declaração da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, está a ser interpretada como uma redução das expectativas sobre os resultados tangíveis da cimeira de sexta-feira, nomeadamente sobre um potencial acordo de paz para acabar com guerra na Ucrânia, em curso desde fevereiro de 2022.

“Este é um exercício de escuta para o Presidente [Trump]. Apenas uma das partes envolvidas [Putin] estará presente. Servirá para obter uma melhor compreensão de como podemos pôr fim a esta guerra”, disse Leavitt, numa conferência de imprensa na Casa Branca.

A porta-voz também expressou confiança de que, no futuro, possa ser realizada uma cimeira trilateral com a participação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, que não foi convidado para estar na reunião que vai decorrer no Alasca.

Nas mesmas declarações, a porta-voz também admitiu a hipótese de uma futura reunião entre Trump e Putin ser realizada na Rússia.

Hoje mesmo, quarta-feira, e dois dias antes do encontro entre Trump e Putin, Volodymyr Zelenskyy, vai deslocar-se a Berlim para participar numa videoconferência com o presidente dos EUA. O líder norte-americano também vai manter conversas com os principais líderes europeus, que defendem que não é possível alcançar a paz sem ter em conta a opinião de Kiev e também da Europa.

Trump considera que um futuro acordo de paz deve contemplar concessões territoriais da Ucrânia para a Rússia, mas também que as forças do Kremlin se retirem de alguns dos territórios ucranianos ocupados.

Dois minutos chegam

Para Donald Trump, dois minutos vão ser suficientes para perceber o que Vladimir Putin quer: “Vamos ter uma reunião com Vladimir Putin e provavelmente nos primeiros dois minutos saberei se um acordo pode ou não ser feito“.

Em conversa com jornalistas, o presidente dos EUA explicou que Zelenskyy não foi convidado para este encontro histórico porque, alega, o presidente da Ucrânia já esteve em várias reuniões que não originou qualquer avanço concreto.

Por seu lado, Volodymyr Zelenskyy apelou nesta quarta-feira aos aliados da Ucrânia para pressionarem a Rússia e contrariarem qualquer engano russo, antes de uma reunião com os líderes europeus e o homólogo norte-americano, Donald Trump.

“Precisamos de pressionar a Rússia para obter uma paz justa”, afirmou Zelensky numa mensagem nas redes sociais, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).

“Devemos usar a experiência da Ucrânia e dos nossos parceiros para evitar qualquer engano por parte da Rússia”, acrescentou Zelenskyy.

Putin a negociar? Mentira

Kaja Kallas também deixou um alerta para uma eventual mentira de Putin. A chefe da diplomacia da União Europeia acha que o presidente da Rússia não vai negociar nada com Trump: “Só quer tirar uma foto com Donald Trump”.

“Para que possa haver a implementação de um acordo, é preciso a Europa e é preciso a Ucrânia. Portanto parece claro que Putin está só a fingir que negoceia“, avisou Kallas, em entrevista à CNBC.

Para a responsável da União Europeia, o encontro com o presidente dos Estados Unidos da América vai servir como “vitória pessoal” para Putin.

“Putin não quer Zelenskyy sentado à mesa porque isso mostraria que ele não quer de facto negociar. Só quer ter uma fotografia com Trump e adiar as sanções, e é por isso que está a jogar esse jogo”, acrescentou.

ZAP // Lusa

11 Comments

  1. Não há nada para negociar neste encontro. No que diz respeito à Ucrânia aderir à NATO só há duas hipóteses, ou adere ou não adere. Não há meio termo. Como a Rússia não aceita que a Ucrânia faça parte da NATO, o assunto está resolvido. No que diz respeito aos russos que vivem na Ucrânia, só há duas possibilidades, ou os seus direitos culturais e linguísticos são respeitados, ou não. Como a Ucrânia recusa respeitá-los, a única possibilidade é integrar na Rússia as províncias ucranianas com maioria russa. E está o assunto resolvido.

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  2. Nuno,
    A Ucrânia é um pais independente caso não saiba.
    Os Russos tem que tomar decisões acerca do seu pais, não dos outros países, e nas suas decisões, escolheram aliados do melhor, como é o caso da Coreia do Norte, Irão, entre outros países democráticos, fora os que estão domesticados como é o exemplo da Bielorrússia,
    A Ucrânia como país independente que é, também tem o direito de escolher o seu rumo.
    Você devia ter vergonha de apoiar ditadores assassinos, a sua retorica nojenta, ou é paga pelos russos, ou se é por convicção, é porque você não esta bem, uma pessoa que tem acesso a toda a informação e não só a propaganda do kremlin, se fosse uma pessoa de bem, tinha vergonha de escrever as palermices que você escreve.
    A liberdade que foi conquistada com tanto sacrifício, não foi para apoiar ditadores.

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    • A Ucrânia, como o Ocidente parece crer, não existe. No território da antiga República Socialista Soviética da Ucrânia há dois países. A Ucrânia ucraniana, com população maioritariamente ucraniana, a oeste do rio Dniepre, e a Ucrânia russa, com população maioritariamente russa, a leste desse rio. Dois povos, dois países, duas soberanias. Tivesse esta realidade sido reconhecida, e não teria havido guerra na Ucrânia. Mas a NATO precisava de um inimigo, por muito imaginário que fosse, para justificar a sua existência. Julgavam que conseguiam curvar a Rússia mas enganaram-se

      • O NCS, por ignorância ou por má-fé, quer fazer-nos crer no mito da maioria russa no leste da Ucrânia. Recomendo-lhe consultar os censos de 2001, que mostram que a maioria da população do Donbass falava russo mas…não é, etnicamente, russa. Da mesma maneira que os galeses e os escoceses falam inglês mas não são ingleses – e os brasileiros e cabo-verdianos falam português mas…não são portugueses. E se há tanto russo naquela região isso deve-se à conquista russa e consequente expulsão dos Cossacos e dos Tártaros no séc. XVIII. Ou seja, vale a lei da força sobre a força da lei. E quem precisa de inimigos para justificar manter-se no poder é Putin, como todos os ditadores e autocratas.

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        • Etnicamente não há diferenças entre russos e ucranianos. A diferença – fundamental – é a língua, e é a língua que gera a identidade dos povos, quando não há diferenças nem étnicas nem religiosas. Os habitantes da antiga RSS da Ucrânia identificam-se pela língua que falam. Quando o governo ucraniano quis eliminar aos russófonos a liberdade do uso da sua língua legitimaram o desejo desses russófonos de ter um país seu, soberano. Nada mais claro.

  3. Nuno,
    Pela sua logica, a Suíça dividia-se pelos Franceses, Italianos e Alemães, pois para alem de partilharem essas línguas (alem do Romanche) não existem diferenças nem étnicas nem religiosas com esses países.
    A diferença que existe é que a Suíça, os Franceses, Italianos e Alemães, são povos democráticos, civilizados, de boa vizinhança, pacifica, e em que a população em geral é bem informada e com excelente nível de vida, ao contrario da sua amada Rússia, que espalham e apoiam o ódio pelos países vizinhos, para ter o argumento de treta que você indica, em que os únicos que tem qualidade de vida é a corte do Putin e os respetivos oligarcas, a liberdade é a que todos sabemos (quem nao concorda com o dono, come comida estragada, escorrega numa varanda ou vai para o xadrez), a informação disponibilizada é que a o ditador autoriza, até conseguem alterar a historia, agora parece que foram eles sozinhos que ganharam a 2ª guerra, quando inicialmente eram aliados dos nazis, e agora querem reabilitar um dos maiores assassinos da historia da humanidade, o seu herói Estaline.
    Caso não se tenha apercebido, mas a URSS já não existe, embora o Putin apoiado pelas armas, pelo medo, pela desinformação, por outros ditadores como ele, e por gente como você, tente de novo renascer, mas que os povos que se conseguiram libertar dessa lixeira não querem de volta, pois sabem o que passaram.

    • Se conhecesse a história da Suiça – país onde estudei durante dois anos – saberia que as relações entre suiços de língua alemã e língua francesa foram tudo menos pacíficas. Berna foi muitas vezes acusada de imperialista e de tentar suprimir a língua francesa. A separação do cantão do Jura, em 1979, foi mesmo precedida de ações de violência porque Berna não queria aceitar a autodeterminação dos suiços de língua francesa do Jura. Argumentar com base na ignorância dá sempre maus resultados…

      • Nuno Cardoso da Silva,
        Eu como ignorante que sou, desconhecia essa quase 3ª guerra mundial que aconteceu em 1979 na Suíça, com a formação do Cantão de Jura, após separação do Cantão de Berna.
        Para tentar ficar um pouco menos ignorante, fui investigar, e para meu contentamento, nunca encontrei qualquer referencia a violência e verifiquei que esta formação de um novo Cantão foi efetuada através de uma série de votações e mudanças constitucionais, caso não saiba o que é, chama-se democracia.
        Quer saber o que é de verdade violência? Veja as fotos da destruição causadas pelos seus amigos russos nas cidades e vilas Ucranianas, tente saber quantas pessoas já foram mortas ou feridas na Ucrânia pelos assassinos russos.
        As votações que fizeram na Suíça, certamente que foram um pouco mais livres e democratas que os referendos organizados pelos russos nos territórios ocupados na Ucrânia, mas todos, menos você, sabemos como são as eleições feitas por esse ditador.
        Nuno, você pode ter muitos canudos, pode escrever muitos livros, pode dar aulas nas universidades, mas isso vale zero quando não se tem outros valores fundamentais, nomeadamente, paz, princípios morais, bom senso, humanismo, democracia, direitos humanos, entre outros, onde você é um analfabeto..

        • Se souber francês, talvez consiga perceber o que a seguir cito:

          “Au cours du xixe siècle, le Jura parvient, malgré le centralisme bernois, à conserver sa langue et sa culture françaises à travers la Société jurassienne d’émulation créée en 1847.

          Dès lors, les tensions entre le Jura bernois et le reste du canton de Berne s’intensifient et aboutissent en 1917 à la constitution du « Comité pour la création d’un canton du Jura ».

          En 1947, à la suite de l’éviction du conseiller d’État jurassien Georges Moeckli de la direction cantonale des travaux publics, pour des raisons de langue (un département aussi important ne pouvant décemment pas être dirigé par un francophone aux yeux de la majorité alémanique), le « Comité de Moutier » est créé puis, en 1949, le « Mouvement séparatiste jurassien » (MSJ).

          En 1951, le MSJ se transforme en « Rassemblement jurassien » et, en réaction, une association anti-séparatiste, l’« Union des patriotes jurassiens » (UPJ), est créée.

          En 1963, est fondé le « Groupe Bélier » qui va lancer des opérations spectaculaires bientôt dépassées par celles du « Front de libération jurassien » (FLJ), ALLANT JUSQU’AUX ACTIONS À L’EXPLOSIF.

          La lutte aboutit à l’organisation d’un plébiscite. Le 23 juin 1974, un référendum sur la création du canton du Jura recueille 51,93 % de oui, mais seuls trois districts sur sept votent favorablement.

          Le 16 mars 1975, le canton de Berne organise un vote dit « en cascade », et trois districts du sud restent attachés au canton de Berne, le district de Laufon — qui avait d’abord opté pour Berne — demandant son rattachement au demi-canton de Bâle-Campagne. Mais les mouvements de lutte, notamment le Groupe Bélier, le Mouvement autonomiste jurassien et le Mouvement indépendantiste jurassien poursuivent l’idéal d’une réunification du « peuple jurassien francophone ». Seules quelques communes du district de Moutier décident de rejoindre le canton du Jura. Comme leurs frontières sont communes à l’un des trois districts du nord, elles peuvent être rattachées au district concerné. Seule la commune de Vellerat, qui a décidé de rejoindre le canton du Jura, ne peut être rattachée à ce dernier qu’en 1994, puisqu’elle ne possède pas de frontières communes avec une commune d’un des trois districts du nord.”

          E portanto verá que houve ações com explosivos na luta pela autonomia do Jura. Coisa que eu sabia porque estava na Suiça nessa altura. O Luís, que é arrogante na sua ignorância, não conseguiu encontrar isto na sua “pesquisa” (?)…

        • Mais informação da Wikipédia:

          “Front de libération jurassien
          Dans la nuit du 26 avril 1963, le FLJ incendie la ferme des « Joux Derrière », située sur des terrains vendus à la Confédération pour le projet de place d’armes. La police cantonale réagit par un déploiement massif dans la région, mobilisant une cinquantaine d’agents qui patrouillent les trois villages concernés, surveillent les fermes environnantes, procèdent à des écoutes téléphoniques et mènent des perquisitions nocturnes. Malgré ces efforts, dans la nuit du 18 juillet, la ferme « Sous-la-Côte » est elle aussi incendiée. Le 5 octobre, le FLJ utilise pour la première fois des explosifs : le chalet du « Mont-Soleil », appartenant au conseiller aux États bernois Charles Jeanneret, est détruit. Enfin, le 23 décembre, une explosion vise la scierie de Marc Houmard, président du groupe antiséparatiste des Patriotes jurassiens.

          Le 27 février 1964, un attentat à l’explosif est perpétré sur la voie des CFF à Studen. L’attentat, revendiqué par téléphone à plusieurs journaux par le FLJ, conduit la police à intensifier ses écoutes téléphoniques. En mars, à la suite de l’explosion qui vise le bâtiment de la succursale de la Banque cantonale bernoise à Delémont le 12 mars, la police cantonale bernoise et la Division de police parviennent à identifier l’auteur des appels”

          • Nuno,
            É claro que um arrogante e ignorante como eu não sabe línguas, tudo o que é coisas que requeiram alguma sabedoria reservo para você, a sapiência no seu esplendor.
            Ao longo da historia, todos os países tiverem os seus momentos de tensão ou mesmo de guerra, neste caso da Suíça pelos vistos existiu alguma violência, mas não vi referencia nenhuma a mortos e feridos.
            O que quer que se tenha passado, não é nada comparado com as atrocidades diárias dos seus admirados russos, que você nunca se atreveu a condenar, antes pelo contrario, repete todas as desculpas esfarrapadas que eles inventam.
            Já chega, você não vale o tempo que perco consigo, quem defende lixo, é lixo.
            Fique bem e trate-se.

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