Trump anuncia encontro com Putin a 15 de agosto no Alasca

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Heikki Saukkomaa / Lehtikuva Handout / EPA

O Presidente dos EUA, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin

Desde 2021 que os chefes de estado dos dois países não se encontravam. A cimeira terá lugar no ponto mais remoto dos Estados Unidos, o estado do Alasca, no noroeste do país — a apenas 85 km da região de Chukotka, na Rússia.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou esta sexta-feira que o seu “tão aguardado encontro” com o homólogo russo, Vladimir Putin, terá lugar a 15 de agosto, no estado norte-americano do Alasca.

A consumar-se o encontro, anunciado por Trump na rede Truth Social, esta será a primeira cimeira Estados Unidos-Rússia desde 2021, quando o anterior presidente, Joe Biden, se encontrou com o homólogo russo em Genebra, Suíça.

Na curta mensagem, Trump afirma que serão divulgados mais tarde detalhes sobre o encontro, focado na tentativa de alcançar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.

Em declarações aos jornalistas, o conselheiro sénior do Kremlin Yuri Ushakov confirmou a reunião: “A Rússia e os Estados Unidos são vizinhos próximos, por isso é bastante lógico que a cimeira dos líderes se realize no Alasca”.

O estado do Alasca, no noroeste dos Estados Unidos, encontra-se a apenas 85 km de distância da região de Chukotka, na Rússia.

“No Alasca e no Ártico, os interesses económicos da Rússia e dos Estados Unidos cruzam-se, e as perspetivas de implementação de projetos de grande escala são evidentes”, acrescentou Ushakov, citado pelo portal independente russo Meduza.

Esta será a primeira vez que Vladimir Putin pisa solo norte-americano desde setembro de 2015, quando se encontrou com o presidente norte-americano, Barack Obama, à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. Putin nunca tinha estado na Costa Oeste dos EUA.

Nesta sexta-feira terminava o prazo estabelecido por Trump para a Rússia suspender a sua ofensiva na Ucrânia, sob ameaça de agravamento de sanções diretas e sanções secundárias a países que comprem hidrocarbonetos russos.

A última ronda de negociações diretas entre os dois beligerantes em Istambul, em julho, resultou apenas numa nova troca de prisioneiros e de restos mortais de soldados.

Numa tentativa de desbloquear as negociações, o enviado norte-americano Steve Witkoff foi recebido esta semana por Vladimir Putin, e na quinta-feira Moscovo anunciou um “acordo de princípio” para uma próxima cimeira entre os líderes norte-americano e russo.

Vários ‘media’ norte-americanos, incluindo o The New York Times, noticiaram na quarta-feira que o Presidente norte-americano disse aos líderes europeus que queria reunir-se pessoalmente com Putin já na próxima semana, e depois realizar uma reunião a três com Zelensky, em que teria o papel de mediador.

Na quinta-feira, Trump disse que aceitaria reunir-se com Putin mesmo que este não se encontre com Zelensky.

O Kremlin tem excluído um encontro entre Putin e Zelensky, que afirma fazer sentido apenas no final de um processo negocial, quando houver acordo em relação aos termos para a paz na Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

O anúncio sobre a data e local do encontro com Putin foi feito pouco depois de Trump sugerir que um acordo de paz para a Ucrânia poderá incluir “trocas de territórios” entre Moscovo e Kiev, que “beneficiariam ambos” os beligerantes, embora reconhecendo que tais negociações são “complicadas”.

O Presidente Putin, acredito, quer ver a paz, e Zelensky quer ver a paz”, e um acordo para acabar com a guerra provavelmente significaria “alguma troca de territórios”, afirmou Trump na Casa Branca, sem dar pormenores.

“Estamos a falar de território disputado há três anos e meio, com a morte de muitos russos e ucranianos. É complicado. Haverá trocas de território que beneficiarão ambos”, adiantou Trump, que disse que irá reunir-se “muito em breve” com Putin para discutir um acordo, em local a determinar.

A Rússia tem vindo a exigir que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que renuncie ao fornecimento de armas ocidentais e a qualquer adesão à NATO.

Estas exigências têm sido recusadas por Kiev, que pretende a retirada das tropas russas do seu território e garantias de segurança ocidentais, incluindo a continuidade do fornecimento de armas e o envio de um contingente europeu, a que a Rússia se opõe.

Na Casa Branca, Trump disse que as partes estão a “aproximar-se” de um acordo de cessar-fogo na Ucrânia porque todos querem pôr fim ao conflito.

A Europa quer a paz. Milhões de pessoas morreram“, disse Trump à imprensa na Casa Branca na assinatura de um acordo de paz entre os líderes da Arménia e do Azerbaijão.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Quando duas nozes se juntam é para esmagar uma terceira.
    A guerra vai continuar porque as condições da Rússia serão inaceitáveis para a paz e liberdade do agredido, Ucrânia.
    O Putin precisa de ganhar tempo e vai enrolar o Trump mais uma vez.

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