Crianças comeram morcego, adoeceram e morreram em 48 horas. Nova doença misteriosa no Congo

Peace Corps Friends of DR Congo / Flickr

Uma doença desconhecida matou mais de 50 pessoas em poucas horas na República Democrática do Congo. Foi detectada, inicialmente, em três crianças que comeram um morcego e morreram em 48 horas.

O surto começou a 21 de Janeiro passado, na aldeia de Boloko, na província de Équateur. Entretanto, já foram registados 419 casos e 53 mortes, como adianta a agência de notícias Associated Press (AP).

A doença terá começado em três crianças com menos de cinco anos que comeram um morcego, e que acabaram por morrer em 48 horas, segundo o gabinete africano da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Estes dados realçam os receios quanto às possibilidades de doenças passarem dos animais para os humanos, sobretudo em locais onde se comem animais selvagens.

Ainda com a covid-19 bem presente na memória, continua o medo de uma nova pandemia. Mas, neste momento, é prematuro antecipar que estejamos perante algo semelhante.

Sintomas semelhantes ao Ébola

Esta doença misteriosa inclui sintomas como febre, dores de cabeça, vómitos, diarreia e hemorragias internas, que são habituais nas chamadas “febres hemorrágicas” que estão, habitualmente, ligadas a vírus como o Ébola e o Marburg.

Mas as amostras de doentes enviadas para o Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica do Congo revelaram-se negativas para doenças comuns de “febre hemorrágica”, como apurou a AP, notando que algumas tiveram um resultado positivo para malária.

Em Dezembro de 2024, tinha-se reportado que uma doença “X”, ou desconhecida, estava a afectar centenas de pessoas noutra zona do Congo, sem se perceber o que estaria a causá-la, mas com sinais de que poderia ser malária.

Contudo, não se sabe se há ligação entre os dois surtos.

O que mais preocupa

O que é “realmente preocupante” nesta doença misteriosa é o intervalo entre o aparecimento dos sintomas e a morte, que foi de apenas 48 horas em muitos dos casos registados, como refere o médico Serge Ngalebato do Hospital Bikoro, um centro regional de monitorização no Congo, em declarações divulgadas pela AP.

“A localização remota e as fracas infraestruturas de saúde aumentam o risco de uma maior disseminação” da doença, alerta a OMS num relatório citado pela ABC News.

As autoridades do país da região central de África e a OMS continuam a investigar o surto.

ZAP //

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