A Terra pode ganhar 6,5 “mini-luas” a qualquer momento

Peter Carril/ESA

Exemplo de uma mini-lua

Cerca de meia dúzia de fragmentos da Lua podem passar a orbitar a Terra a qualquer momento, antes de se deslocarem para circundar o Sol. Contudo, o pequeno tamanho e o ritmo rápido das mini-luas tornam difícil a sua deteção.

Quando objetos colidem com a Lua, lançam uma chuva de material, algum do qual consegue escapar para o espaço.

A maior parte do material lunar cai em órbita à volta do Sol, mais atrativo do ponto de vista gravitacional.

No entanto, alguns dos detritos podem ocasionalmente ser puxados para uma órbita à volta da Terra antes de voltarem a circular o Sol – explicam os investigadores num estudo a ser publicado na edição de setembro da revista Icarus.

É “como uma dança de salão, em que os parceiros mudam regularmente e, por vezes deixam a pista de dança durante algum tempo”, exemplificou o líder da investigação, Robert Jedicke, investigador da Universidade do Havai, em declarações à Space.com.

Talvez, 6,5 pedaços da lua

Embora a União Astronómica Internacional não tenha uma definição oficial, pesquisas anteriores sugeriram que um a mini-lua poderia ser um objeto que está pelo menos temporariamente ligado à Terra, faz pelo menos uma revolução do planeta e está mais próximo do que cerca de quatro vezes a distância Terra-lua em algum ponto de sua órbita.

As mini-luas podem vir de qualquer parte do sistema solar.

Jedicke e os seus colegas decidiram calcular o número de mini-luas que poderiam existir.

Baseando-se em simulações do comportamento das partículas lançadas da Lua, descobriram que muitas das partículas lançadas para o espaço poderiam ser capturadas, pelo menos temporariamente, pela Terra, e cerca de um quinto delas poderia tornar-se mini-luas.

As novas descobertas prevêem nominalmente que 6,5 satélites nascidos na Lua podem estar a circundar a Terra de cada vez.

Os objetos individuais são mutáveis. Ou seja, se pudessem ser contados hoje e novamente daqui a um ano, alguns seriam novos objetos.

Isto porque “uma mini-lua típica gira em torno da Terra durante uma média de cerca de nove meses e estas mini-luas são constantemente reabastecidas com o material que viaja numa órbita semelhante à da Terra” – explicou Jedicke.

No entanto, Jedicke advertiu que a incerteza, na contagem destes objetos, é “gigantesca. Há muitas ordens de magnitude”.

“Se houvesse tantos [objectos temporariamente ligados], os levantamentos telescópicos provavelmente detectariam mais deles”, disse Jedicke. “Por isso, a previsão nominal está quase de certeza errada. É ciência“, atirou.

ZAP //

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