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DNA pode identificar vítima misteriosa de crime ocorrido há 80 anos

BBC

Alfred Rouse estava desesperado para começar uma vida nova e tentou forjar a própria morte, mas acabou por ser capturado e condenado à morte.

Alfred Rouse estava desesperado para começar uma vida nova e tentou forjar a própria morte, mas acabou por ser capturado e condenado à morte.

Um crime cometido há mais de 80 anos está prestes a ser solucionado, desvendando o mistério que causou a sua entrada na história da jurisprudência da Grã-Bretanha: a identidade da vítima, até hoje desconhecida.

Da vítima do crime sabia-se apenas que se tratava de um homem, que foi atingido na cabeça com um bastão e colocado inconsciente dentro de um carro. O veículo foi em seguida incendiado, perto da cidade de Northampton, no centro do país, em 1930.

O autor do crime, Alfred Rouse, foi encontrado e condenado à pena de morte, mas levou a identidade da sua vítima para o túmulo.

Agora, uma equipa de cientistas da Universidade de Leicester diz ter recuperado uma amostra de DNA da vítima, que pode ajudar a revelar a sua identidade.

O DNA poderá ser comparado com o da família de uma pessoa que teria desaparecido na época. Recentemente, uma mulher de nome Samantha Hall contactou a polícia, a quem contou que ao investigar a árvore genealógica da família e após informações recebidas da avó, passou a suspeitar de que a vítima do caso teria sido um seu tio-avô.

Esse tio-avô, William Thomas Briggs, saiu de casa para uma consulta médica em novembro de 1930 e nunca mais voltou.

Acredita-se que Briggs se tenha cruzado com Rouse, um comerciante de 36 anos que possivelmente queria forjar a própria morte.

Filhos ilegítimos

Segundo a BBC, Rouse teria saído ferido de uma batalha na Primeira Guerra Mundial e sofria de um desvio de personalidade que o deixava com um “enorme apetite sexual”.

autor desconhecido / wikimedia

Retrato de polícia de Alfred Rouse, assassino de uma vítima desconhecida, 1931

Retrato de polícia de Alfred Rouse, assassino de uma vítima desconhecida, 1931

Segundo se crê, Rouse teria tido pelo menos dois filhos ilegítimos e, ao ser obrigado pela Justiça a pagar pensões, teria mergulhado em problemas financeiros.

Na época, a polícia concluiu que Rouse provavelmente teria agredido um morador da rua, de quem ninguém sentisse falta caso desaparecesse. Antes de atear fogo ao carro com o homem dentro, Rouse deixou alguns dos seus pertences junto à vítima.

O carro ficou destruído, mas a matrícula ficou intacta, permitindo identificar e posteriormente prender Rouse, que fugira para a cidade de Cardiff.

Intrigada e determinada a encontrar respostas para a família, Samantha Hall contactou a polícia do condado de Northamptonshire em 2012, esperançosa de que o DNA colhido logo após o crime poderia revelar a identidade da vítima.

A família foi encaminhada para a Universidade de Leicester, onde uma equipa de cientistas conseguiu recuperar uma amostra de tecido obtida na autópsia, arquivada, juntamente com a mandíbula da vítima, no departamento de Medicina Forense do então London Medical College.

O desafio da equipa de cientistas foi encontrar na amostra DNA suficiente para estabelecer uma comparação com o DNA da família de Samantha Hall.

“Felizmente, os cientistas encontraram DNA mitocondrial suficiente para efectuar as análises e compará-lo com o da família”, informou um porta-voz da equipa.

O resultado do exame será revelado num programa da BBC, em data a definir. Suspense até ao fim!

ZAP / BBC

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