A discussão sobre a carreira de enfermagem está “encerrada”, quem o diz é a Ministra da Saúde, Marta Temido, dando conta que existem outros temas para serem discutidos e tratados.
“Há dois aspetos que vale a pena sublinhar. O primeiro prende-se com a negociação sobre a carreira de enfermagem e o outro prende-se com a negociação de um conjunto de outros temas que, independentemente do encerramento da discussão sobre a carreira de enfermagem, que terminou e que agora está para publicação em Boletim do Trabalho e do Emprego e que, depois, terá uma fase de discussão de 30 dias, continuam a ser trabalhados e discutidos”, disse a ministra à saída de uma reunião com as várias entidades envolvidas no processo de construção da ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto.
Marta Temido, que anunciou o retomar das negociações com as estruturas sindicais dos enfermeiros, explicou que, além da discussão da carreira de enfermagem estar encerrada, há temas como a organização do tempo de trabalho ou a avaliação do desempenho que o Governo quer continuar a discutir com os profissionais do setor e os seus representantes.
“E são essas conversas e negociações, técnicas numa primeira fase e políticas numa segunda fase, que irão ser agendadas ao longo dos próximos dias”, disse.
A ministra assumiu que qualquer forma de greve, independentemente do seu enquadramento jurídico, deixa o Governo preocupado e focado em ultrapassá-la respondendo “o mais possível” ao que são as preocupações dos profissionais. “Mas, também tendo a firme convicção que há preocupações de equilíbrio com outros aspetos de outros carreiras que não podemos desacautelar”, vincou.
Desde o início das greves cirúrgicas dos enfermeiros a posição do Governo modificou-se relativamente ao que era o reconhecimento da categoria de especialista, a um conjunto de conteúdos funcionais que fazem parte da carreira e a aspetos de contagem dos pontos de descongelamento, enumerou. “Isso tudo foi discutido com os sindicatos na última reunião que tivemos a 30 janeiro, mas entenderam que isso não era bastante e empreenderam novas formas de luta”, concluiu a ministra.
Marta Temido reafirmou também esta sexta-feira que as obras da nova ala pediátrica do hospital de São João começam no final deste ano ou início do próximo.
“O Governo, este Governo, já canalizou para o hospital 23 milhões de euros, 19 milhões de euros são para o pagamento da obra e três milhões de euros são para o capital estatutário”, disse no final da mesma reunião. A governante frisou que há verba e há um projeto quase concluído, logo não tarda para a obra ser lançada.
Carlos Ramalho terminou greve de fome
O presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) disse à agência Lusa que terminou esta sexta-feira ao final da manhã a greve de fome que iniciou na quarta-feira, depois de receber um telefonema da ministra da Saúde.
Referindo que a ministra Marta Temido garantiu que as negociações com os enfermeiros serão retomadas, Carlos Ramalho disse que “é isso que os enfermeiros pretendem”. “Agora vou partir para as negociações de boa fé, mas com certeza que a luta vai continuar”, disse o dirigente sindical, admitindo a marcação de novas iniciativas e lembrando que se mantém a atual greve de enfermeiros até 28 de fevereiro.
Carlos Ramalho esteve em greve de fome em frente à residência oficial do Presidente da República. “Se era necessário um mártir, ele está aqui, sou eu, Carlos Ramalho, presidente do Sindepor”, disse, numa conferência de imprensa.
ZAP // Lusa
Ao fim de dois dias ??? Essa greve até te fazia um bem á saúde que nem sabes – estavas mesmo a precisar! Dois dias??? Não conseguiste fechar a boca por mais tempo? E o que é que ganhaste?
Parece-me que fizeste um péssimo serviço pelos enfermeiros – agora as ameaças que eles façam não terão muita força, digo eu …
Uma autêntica canalhita! Aonde é que foram desencantar este frenético “pivete encardido” ?