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As discotecas vão reabrir a 1 de Outubro – mas 70% devem ir à falência até à Primavera

Apesar da reabertura dos espaços de diversão nocturna estar para breve, as associações que representam o sector queixam-se das burocracias e da falta de apoios e acreditam que muitas discotecas não vão voltar a abrir portas.

Fecharam e nunca mais abriram desde o início da pandemia. As discotecas foram um dos negócios mais afectados, mas há boas notícias para estes espaços de diversão nocturna.

Segundo avançam vários órgãos de comunicação que avançam as decisões que vão ser anunciadas pelo executivo esta quinta-feira após o Conselho de Ministros, as discotecas devem reabrir já a 1 de Outubro desde que exijam o certificado de vacinação ou teste negativo a quem entrar.

Com Portugal muito perto de atingir os 85% da população totalmente vacinada e depois da reunião com os especialistas no Infarmed, é expectável que o governo comece a aliviar as medidas.

A Associação Nacional de Discotecas (ADN) afirma que o último contacto com o governo foi há duas semanas. “Estamos com alguma expectativa, já que nos foi dito que não haveria antecipação das medidas e que as discotecas só reabririam na fase 3 do plano de desconfinamento, em outubro, independentemente de a vacinação atingir os números que se prevê atingir esta semana”, explica o presidente José Gouveia à Lusa.

O sector mostra-se também preocupado com os ajuntamentos de jovens na rua em Lisboa e nas praias, lembrando que a associação já tinha alertado para essa possibilidade antes do Verão começar e mostrando que não entende por que é que o governo está a deixar o governo à margem das conversas.

“A ADN vê isto com muita preocupação e não entendo porque é que até agora não foi dada a oportunidade às discotecas de demonstrarem que conseguem: transformar aquilo que é uma discoteca a céu aberto, totalmente descontrolada, para um ambiente controlado, onde há um rastreio, onde as pessoas têm um controlo por certificados, etc”, lamentou.

Já em declarações ao ECO, José Gouveia refere que os prejuízos causados pela pandemia são “incalculáveis” e que os empresários só se têm aguentado “com a lapidação total das tesourarias”.

A Associação Portuguesa de Bares, Discotecas e Animadores traça um cenário parecido. Apesar da alternativa que o governo apresentou aos bares para funcionarem como restaurantes ter ajudado a colmatar os prejuízos, o presidente da associação queixa-se de “uma perseguição das autoridades nunca antes vista nos bairros históricos”.

As associações dizem também que o sector foi esquecido e que os apoios foram tardios e insuficientes e que houve outros que foram prometidos e que não foram dados.

“Temos receio de não receber os apoios já anunciados como o Adaptar 2.0 que devia ter saído há um ano e ficou esquecido, bem como os da Retoma que deviam ter sido liquidados no início de Setembro”, queixa-se Ricardo Tavares, presidente da Associação Portuguesa de Bares, Discotecas e Animadores.

As empresas podem recorrer ao lay-off simplificado ou a programas como o Apoiar, cuja verba depende da quebra de facturação com base no último trimestre de 2020. Em Agosto, o governo prolongou o programa e duplicou o limite máximo dos apoios para bares e discotecas.

José Gouveia defende fundos do PRR devem ser dados ao sector e Ricardo Tavares realça a necessidade de se facilitar as burocracias no acesso aos apoios sob o risco de se “atrofiar de vez um setor tão importante para a economia como é o da animação noturna”.

O presidente da ADN estima que 60% das discotecas não voltem a abrir enquanto que a Associação Portuguesa de Bares, Discotecas e Animadores já acredita que esse valor possa chegar aos 70% até Abril.

Adriana Peixoto, ZAP //

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