Mário Cruz / Lusa
O deputado do Chega, André Ventura
Os dirigentes do Chega estão divididos no que toca ao apoio a uma eventual candidatura do líder do partido, André Ventura, à presidência da República.
André Ventura nunca ponderou apoiar uma eventual recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. Para o líder do Chega, a alternativa é escolher um “candidato forte” à direita capaz de disputar uma segunda volta com o atual chefe de Estado.
Em relação a nomes, Ventura afirma que gostaria que o juiz Carlos Alexandre ou o analista político Jaime Nogueira Pinto entrassem na corrida a Belém pelo partido. No entanto, admite que “seria difícil” aceitarem o desafio. Por exclusão de partes, resta ele mesmo.
Perante uma eventual candidatura à presidência de República de André Ventura, vários dirigentes do Chega opuseram-se, temendo tal acontecimento poderia fragilizar a posição do partido no Parlamento, noticia o Observador.
“Se a estratégia do partido assenta na prestação do André no Parlamento — e se está a correr tão bem —, sou contra tudo o que possa pôr isso em causa“, disse José Dias, vice-presidente do Chega. Dias garante que o papel de primeiro-ministro é o que melhor assenta ao atual líder do Chega.
No Conselho Nacional do Chega, que se realizou este sábado, na Nazaré, ficou bem explícita a divisão nas opiniões dos dirigentes do partido. Nuno Afonso, outro dos vice-presidentes do Chega, disse que não quer dar um passo em falso e que, por isso, prefere manter o papel de Ventura o de oposição ao Governo.
“O partido está muito ligado ao líder e fundador. E a nossa estratégia, que passa pela Assembleia da República, está a resultar. Os números assim o mostram. A eventual candidatura à Presidência não pode fazer com que o partido perca impacto no Parlamento”, defendeu Afonso.
“Ficou claro que não há unanimidade dentro do partido, entre os conselheiros nacionais, em relação a uma eventual candidatura minha à Presidência da República”, reconheceu, por sua vez, Ventura. Segundo o Jornal de Negócios, a decisão sobre uma eventual candidatura presidencial será tornada pública em fevereiro.
