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“A direita está tão à rasca que acabou por agarrar-se às casas de banho”, diz Tiago Brandão Rodrigues

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Manuel de Almeida / Lusa

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, falou sobre a polémica relativa ao despacho sobre os alunos transgénero, deixando duras críticas ao PSD e ao CDS.

“A humanidade e os direitos humanos, mesmo que seja de um grupo relativamente pequenos dos nossos estudantes, nunca se pode discutir com leviandade, com leveza, sem prudência. E acho que isso aconteceu, pensando acima de tudo em angariar e caçar um grupo de votos”, atirou Tiago Brandão Rodrigues.

O ministro da Educação, numa entrevista concedida à revista Visão, lamentou o facto de “a direita estar tão à rasca” que acabou por “agarrar-se às casas de banho”.

Na sua opinião, o debate em torno do despacho sobre os alunos transgénero apenas revelou uma “triste figura” por parte do PSD e do CDS. “Estando tão à rasca, foi a única saída que viu e fez uma triste figura porque não entendeu que estávamos a falar de pessoas, famílias e escolas em concreto”, afirmou Brandão Rodrigues.

“Eles [CDS] tentaram adensar uma discussão para mostrar a forma como são inflexíveis, intolerantes, como não respeitam a diferença e como acham que a sociedade só pode ser como eles entendem que pode ser: à sua imagem e semelhança, muitas vezes para esconder os seus medos e as suas vicissitudes”, disse, citado pelo Observador.

Tiago Brandão Rodrigues falou ainda das carreiras dos professores, apontando para uma má atuação do líder da Fenprof. “Mário Nogueira esteve bem mais preocupado com os cinco, dez minutos que foi tendo fora deste edifício [sede do Ministério da Educação], quando encontrava os jornalistas, para dizer alguns soundbites ou construir algumas parangonas, do que esteve com as reuniões dentro da concertação social. Com isso, foi desgastando a imagem dos professores“, explicou.

Explicou ainda como foi trabalhando lado a lado com o “colega das Finanças”, Mário Centeno, realçando que estão os dois “do mesmo lado da barricada” apesar de algumas eventuais divergências. “Nem sempre as nossas prioridades em determinados momentos são coincidentes, mas nunca são conflituantes“, atirou Brandão Rodrigues.

E até revelou uma relação de companheirismo e respeito: “Tive sempre o cuidado, ao longo destes quatro anos, de não expor o ministro Mário Centeno, de o preservar da mesma forma que ele, nesse diálogo que vamos tendo, teve também sempre o cuidado e a lisura de me ir preservando”.

Questionado sobre o nepotismo no Governo, Tiago Brandão Rodrigues negou conhecer sobre uma eventual rede familiar e até deu um exemplo. “Se eu for a uma redação ou ao corpo docente de uma escola, posso dizer a quantidade de familiares que existem, porque as pessoas passam tempo juntas e apaixonam-se. E, quando se apaixonam, às vezes, acabam por se casar”, justificou o ministro.

Voltando à política pura, defendeu a ideia do primeiro-ministro, António Costa, de que um PS fraco e um BE forte poderá significar a ingovernabilidade do país. Tendo vivido vários anos em Espanha, assumiu-se como um seguidor ávido da situação política do país vizinho e defende que “Espanha é uma boa montra de algo que não queremos replicar”.

Por fim, não teve papas na língua e garante que “o PS tem todas as condições para poder governar sozinho”.

ZAP //

11 Comments

  1. rasca é um ministro da republica falar assim de uma parte significativa da população que cataloga de direita. O governo é de Portugal e deve trabalhar para todos os portugueses, independentemente de serem se esquerda ou de direita. Quanto à questão dos transgénero, de fizessem uma votação secreta aos apoiantes do governo talvez tivessem uma desagradável surpresa, pois a distância do politicamente correto ao que as pessoas verdadeiramente pensam é muito maior do que se imagina. E por isso Trump foi eleito…

  2. Mas onde estará o verdadeiro problema, na direita ou no governo? a partidarizar uma ínfima parte de alunos com leis por possíveis desvios ou deformações sexuais expondo-os ainda mais perante a restante classe ao ponto de poderem vir a ser motivo de chacota, mais valeria ir ao encontro do verdadeiro problema de cada um deles e na máxima descrição encontrar tratamento para cada caso, mas como isso deverá ficar mais caro ao Estado, opta-se por brincar aos sexos nas escolas.

  3. Quem é mesmo esta criaturazinha?! Alguém me explica? Como é que se chamava aquele outro que o Costa despachou para a Europa?!! Era o… não… o …. ….. confesso que não conheço esta gentalha.

  4. A ser verdade esta declaração de tão baixo nível mostra como tem andado a pasta da educação nestes últimos anos. Uma linguagem pouco própria de um ministro reveladora de um profundo desconhecimento acerca da natureza humana. Não se trata de um problema de direita ou de esquerda mas sim, um problema de antropologia. Um investigador como o Senhor Ministro diz ser, tinha obrigação de ser mais reflectido nas suas análises!

  5. O Ministro da Educação foi a pior escolha para ocupar este cargo…Ou talvez a melhor, já que raramente se viu ou ouviu falar sobre educação, crise dos Professores etc… “Nem sempre um académico ou investigador têm vocação política e vice-versa”… VENHA O PRÓXIMO…

  6. Olha, este artolas e pseudo ministro, também saiu da toca! Este gajo já devia estar em casa há muito tempo. É arrepiante pensar que um exemplar destes, é governante. É quase para rir quando vejo este gajo na televisão. A postura dele, diz tudo.

  7. Continuo por fim sem entender, a lei foi ou não aceite ?
    Bem quer seja quer não está lei bem em proteção das minorias, em colaboração para a aceitação destes na sociedade, ajudá-los a sentir menos disforia e por fim sentirem-se melhor como um todo.
    Não é uma questão de impor aos outros ser trangenero (afinal sinceramente podem ver melhor do que falam antes de comentar) é apenas de termos os mesmo direitos. Se um homem cia pode ir a WC masculino um homem trans pose ir ao WC masculino.

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