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Director do Teatro Municipal da Guarda demitido por telefone

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O diretor do Teatro Municipal da Guarda (TMG), Américo Rodrigues, revelou esta quinta feira que foi demitido, por telefone, pelo presidente da Câmara da Guarda, após ter convocado uma conferência de imprensa para prestar esclarecimentos sobre um concerto de Cristina Branco.

Américo Rodrigues disse que foi demitido do cargo de director artístico e financeiro do TMG, no seguimento do envio de uma convocatória para uma conferência de imprensa para esclarecimentos sobre a polémica relacionada com o concerto de Cristina Branco, agendado para o dia da cidade, 27 de novembro.

Segundo o responsável, Álvaro Amaro demitiu-o sem lhe ter dado “nenhuma possibilidade de explicação”.

A agência Lusa procurou obter esclarecimentos do presidente da autarquia da Guarda, Álvaro Amaro, mas não foi possível até ao momento.

“Acho que o senhor presidente da câmara sempre teve a intenção de me demitir desde o primeiro momento”, disse, alegando que, pelo lado cultural e artístico, isso seria “muito difícil”.

Américo Rodrigues, que ocupava o cargo de director do TMG há oito anos, admitiu que com o novo autarca do PSD/CDS-PP “estaria a prazo” no cargo, mas julgou que quem o iria demitir, “mais tarde ou mais cedo”, fosse o conselho de administração da empresa municipal Culturguarda, que gere o teatro.

Com o termo “demissão”, acrescentou, Álvaro Amaro deveria querer dizer que “cessam os efeitos do acordo de cedência de interesses públicos” entre a autarquia, a Culturguarda e a sua pessoa.

“A razão da demissão é porque eu vos quis esclarecer. A razão que levou o presidente da câmara a demitir-me é porque eu me pus à disposição dos jornalistas a esclarecer um assunto que não estava devidamente esclarecido”, alegou.

Américo Rodrigues indicou que avisou o conselho de administração da Culturguarda da realização da conferência de imprensa porque “a opinião pública não está esclarecida sobre o espectáculo do dia da cidade” e lembrou que a câmara anulou a deliberação da sua realização pelo valor de 11.070 euros, passando o evento a ser suportado pela Culturgurada, por cinco mil euros.

O autarca colocou em causa o seu comportamento no processo e agendou o encontro com os jornalistas para defender “a honra profissional das pessoas” que trabalham no TMG, disse.

Em relação aos custos relacionados com o concerto, esclareceu que a Culturguarda irá pagar 6.774 euros, porque algumas despesas apresentadas à autarquia estavam relacionadas com a cedência do espaço, equipa técnica, divulgação e convites.

Segundo Américo Rodrigues, quando o autarca disse que o valor era de 11 mil euros e passaria para cinco mil não estava “a dizer uma informação correta”. O diretor não gostou que o autarca tivesse falado em “alcavala”.

“Não é sequer tolerável que um presidente de câmara use esta expressão”, observou, anunciado que o temo utilizado “merece uma análise” para verificar se poderá dar origem a um procedimento judicial, porque “lança uma ideia de suspeição sobre um assunto que a Culturguarda tratou de forma irrepreensível”.

/Lusa

1 Comment

  1. A demissão poderá ter sido comunicada por telefone mas foi “por” causa de o tipo ter apresentado um orçamento de mais de 11 mil euros para um espetáculo que cuta menos de metade! O resto era para a logística? Mais de 6 mil euros para dormidas e alimentação, na GUARDA? Parece-me que a demissão só pecará por tardia porque, ao que parece, o tipo já terá feito muitas semelhantes! Grande Álvaro Amaro! Que bela poesia sonora! Um cacique a menos, há que investigar tudo, todos os anos atrás e os problemas financeiros por que o TMG já passou!

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