Escutas telefónicas efectuadas no âmbito da Operação Húbris, que investiga o modo como foram recuperadas as armas roubadas em Tancos, terão apanhado o então director da Polícia Judiciária (PJ), Almeida Rodrigues, a alertar o director da PJ Militar da altura, Luís Vieira, de que estava a ser investigado.
Esta informação foi apurada pelo jornal Sol junto de fontes da investigação. De acordo com o semanário, Almeida Rodrigues terá alertado o então director da PJ Militar em Dezembro de 2017.
Luís Vieira é um dos arguidos da Operação Húbris que investiga as circunstâncias em que as armas de guerra roubadas em Tancos apareceram. A recuperação das armas foi feita no âmbito de uma encenação preparada entre a PJM e o autor do assalto, um antigo militar indiciado por tráfico de droga e de armas.
Além de Luís Vieira, há outros militares e elementos da GNR sob suspeita e o Sol nota que quando receberam o alegado alerta de Almeida Rodrigues, decidiram “mudar de telemóveis e planear estratégias para confundir os investigadores da PJ“.
Almeida Rodrigues terá sido apanhado numa escuta a falar com Luís Vieira, um seu velho conhecido. Além disso, Almeida Rodrigues será “amigo do irmão do director da PJM, Fernando Vieira”, depois de ambos terem iniciado a carreira na PJ de Coimbra, como repara o Sol.
O antigo director da PJ nega estas alegações, garantindo ao semanário que só conversou com Luís Vieira a título formal.
“Falei apenas uma vez com Luís Vieira na qualidade de Director Nacional da PJ para o Director Geral da PJM, no sentido de ser cumprido o despacho da Procuradoria-Geral da República, segundo o qual a PJM devia coadjuvar a PJ na investigação sobre Tancos”, refere Almeida Rodrigues.
“Foi uma conversa institucional numa cerimónia oficial, a comemoração dos 700 anos da Marinha, a 12 de Dezembro”, assegura também. “Nessa altura, admito que tenha dito: ‘convosco ou sem vocês, vamos investigar isto até ao fim”, concluiu.
Almeida Rodrigues, que dirigiu a PJ desde 2008 até Maio de 2018, pode agora vir a ser constituído arguido na Operação Húbris “por favorecimento pessoal praticado por funcionário e violação do segredo de justiça”, aponta o Sol.
PSD e CDS admitem questionar António Costa
Entretanto, no âmbito desta investigação em torno da recuperação das armas, o jornal Expresso revela que o documento entregue pelo ex-chefe de gabinete do antigo ministro da Defesa ao Ministério Público (MP) pode comprometer o ex-governante.
Nesse documento, o ex-chefe de gabinete, o tenente-general Martins Pereira, corrobora a versão do ex-porta voz da PJ Militar, Vasco Brazão, confirmando ambos a encenação na recuperação das armas, como constata o Expresso.
Este dado pode revelar-se comprometedor para Azeredo Lopes que se demitiu do cargo de ministro da Defesa, em consequência do caso Tancos, mas afirmando desconhecer a operação de encenação.
Perante estes dados, o PSD e o CDS já vieram notar que admitem questionar o primeiro-ministro António Costa sobre o caso.
O documento entregue ao MP inclui uma “fita do tempo” que revela que o ex-Chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, que também se demitiu no âmbito do caso, impediu a entrada de inspectores da PJ na base de Santa Margarida, onde se encontravam as armas recuperadas, durante cerca de 5 horas.
” Este ” Almeida Rodrigues não é ou não era director da Judiciária , apenas , por ser magistrado ? ?
Não
Eu penso que tudo isto ainda vai dar um bom filme digno das filmagens de Hollywood e de uma das maiores vergonhas da “democracia” em Portugal.
É do conhecimento público que na região do Algarve desde há muito está alojada uma célula/base do grupo terrorista irlandês denominado “IRA” que está ligado ao tráfico internacional de armas e que fazem de Portugal a porta de entrada e passagem de armamento bélico. (cfr. https://www.google.com/amp/s/amp.expresso.pt/actualidade/terroristas-do-ira-tinham-base-no-algarve=f545148)
Estou convencido que este armamento tinha como destino o Algarve, onde está a base da organização terrorista “IRA”, e de lá para o estrangeiro.