A Dinamarca anunciou que está a planear restringir o número de residentes de origem “não ocidental” que vivem nas cidades em todo o país a 30% da população da área em questão.
De acordo com o jornal britânico The Independent, o projeto faz parte de uma série de legislações polémicas que visam reduzir as “sociedades paralelas” no país escandinavo, propondo um limite de 30% em todas as áreas locais em 10 anos.
Segundo o ministro do Interior, Kaare Dybvad Bek, a legislação foi feita para ajudar na “integração”. “Temos os próximos 10 anos para criar um equilíbrio na nossa política de integração e na forma como vivemos e trabalhamos juntos”, disse, em declarações ao jornal dinamarquês Berlingske. “Ao contrário, acho que acabaremos com uma sociedade de duas partes, onde as pessoas se afastam umas das outras.”
O Governo propõe alterar os regulamentos sobre a provisão de moradias, de modo que as autoridades locais não tenham permissão para alocar moradias a grupos específicos nas mesmas áreas.
Além disso, os candidatos a moradias em certas áreas de captação de moradias terão prioridade se atenderem a certos critérios de emprego e educação, disse o ministro.
Segundo a proposta, o Governo pretende também abandonar o uso do polémico termo “gueto” – usado para se referir a bairros habitados principalmente por imigrantes não ocidentais.
Existem atualmente 15 áreas residenciais na lista do Governo que se enquadram nesta categoria. Em 2018, o governo anunciou que exigiria que as crianças que moravam nesses bairros aprendessem sobre democracia e igualdade, além de tradições como o Natal.
Ainda não há data para votação da legislação proposta.
No mês passado, recorde-se, a Dinamarca tornou-se o primeiro país europeu a retirar a refugiados sírios as suas autorizações de residência, dizendo que Damasco agora já é segura para regressar. No total, 94 refugiados sírios viram as suas licenças removidas.
Em 2020, foram reavaliadas as licenças de proteção temporária de cerca de 900 refugiados sírios da região de Damasco.