Ao contrário do que aconteceu na fase anterior da pandemia da covid-19, a Direção-Geral de Saúde (DGS) não tem, para já, um calendário definido para a atual fase da vacinação.
Segundo os dados divulgados esta terça-feira pela Direção-Geral de Saúde , 86,2% da população tem a vacinação completa contra a covid-19 e cerca de 388 mil portugueses já receberam a terceira dose ou a dose adicional da vacina.
Neste momento, são elegíveis para receberem a dose de reforço contra a covid-19 as pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, que não tenham tido a infeção pelo SARS-CoV-2 e que tenham a vacinação completa há pelo menos 180 dias.
No entanto, como destaca o jornal online Observador, a DGS não tem, como tem vindo a acontecer ao longo da pandemia, um calendário público definido para a fase atual da vacinação e não se quer comprometer com a data em que toda esta população vulnerável vai estar vacinada pela terceira vez.
E são vários os motivos para isso acontecer, segundo apurou o jornal digital. Em causa está o facto de os surtos nos lares de idosos atrasarem a vacinação dos seus utentes; o facto de todos os dias surgirem pessoas que completam os 180 dias da toma da segunda dose e ainda as pessoas que fazem 65 anos e que passam a entrar no grupo de elegíveis.
Além disso, continua a haver um problema. Depois de receberem o SMS com a convocatória para a vacinação, são poucas as pessoas que efetivamente se deslocam aos centros de vacinação. Tratam-se de pessoas idosas, ou seja, muitas não saber ler as mensagens, não sabem responder, ou não têm apoio para isso.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, já prometeu que, depois do envio da SMS, haverá “apoio e insistência ao nível local”, ou seja, as juntas de freguesia, os bombeiros, a GNR, a PSP e os centros de saúde vão mobilizar-se para ajudar.
Porém, não parece ser isso que está a acontecer. Em declarações ao Observador, Ana Rita Cavaco, bastonária dos Enfermeiros, disse que ainda não há ordens superiores para fazer nada nesse sentido.
“A vacinação das terceiras doses está a correr mal e tem a ver com a cadeia operacional. Saiu o vice-almirante e tudo mudou completamente. Naquela altura, falava com ele quase todos os dias e os problemas que surgiam eram resolvidos de imediato”, afirmou.
Para já, a única previsão da DGS é a de que até ao final do ano um milhão e meio de utentes serão elegíveis para tomar a nova dose da vacina. Resta saber quando ficará essa tarefa concluída.