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Desvendado o mistério do desaparecimento do monólito do Utah (mas persiste o grande enigma)

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@davidsurber_ / Instagram

Misterioso monólito de metal descoberto no meio do deserto do Utah.

Não foram extraterrestres! O desaparecimento do misterioso monólito encontrado no deserto do Utah, nos EUA, teve mão humana e até há a imagens que o confirmam. Mas ainda não se sabe quem pôs o objecto no local e outro monólito encontrado na Roménia, também desapareceu.

O mistério em torno do monólito encontrado no meio do deserto do Utah, no passado mês de Novembro, continua com mais um episódio caricato.

Depois de ter aparecido do nada e de ter desaparecido da mesma forma misteriosa, sabe-se agora como é que o objecto foi removido do local. E não há nada de metafísico no processo, embora a identidade dos elementos que o fizeram não esteja confirmada.

No YouTube, foi divulgado um vídeo que mostra o momento em que foi retirada a peça, sem explicar os contornos da situação.

O fotógrafo Ross Bernards e um amigo que se encontravam no local a admirar a estrutura de metal e a tirar fotografias, contam que foram quatro homens que a retiraram na passada sexta-feira à noite, 27 de Novembro.

“Um meme da Internet a morrer na vida real”

No seu perfil do Instagram, Bernards revela que fez uma viagem de “seis horas”, com “três amigos”, e que passaram por “um mar de carros” a caminho do local.

Quando estavam sozinhos na zona, surgiu o grupo de quatro homens que conseguiu empurrar o monólito para o chão e separá-lo em partes, levando-as num carrinho de mão.

“É por isto que não se deve deixar lixo no deserto“, terá dito um dos homens, segundo revela Bernards ao New York Times (NYT).

“À medida que saíam com as peças, um deles disse, ‘Não deixem vestígios’“, relata ainda o fotógrafo aventureiro ao jornal, numa entrevista por telefone, onde alega que não fotografou os rostos dos homens porque não quis “começar um confronto”.

Já um dos amigos que estava com Bernards, Michael Newlands, explica à ABC News que “foi como ver um meme da Internet a morrer na vida real“.

“Devem ter levado, no máximo, 10 ou 15 minutos para derrubarem o monólito e retirá-lo”, destaca Newlands, salientando que não sabiam “quem eles eram” e que, por isso, não iam fazer “nada para impedi-los”.

No seu perfil do Instagram, onde mostra as fotografias que tirou à estrutura antes da sua remoção, Bernards dá a entender que concorda com o acto.

“A Mãe Natureza é uma artista” e “é melhor deixar a arte na natureza para ela”, escreve.

Bernards destaca que havia “pelo menos, 70 carros diferentes (e um avião) a entrar e sair” da zona quando deixou o local com os amigos, bem como “carros a estacionarem em todo o lado na delicada paisagem do deserto” e “pessoas a tentarem chegar até ele, de todas as direcções”, “a alterarem permanentemente a paisagem intocada“.

 

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Em nome da protecção das “terras públicas”

Um dos alegados autores da remoção do monólito será um guia turístico local, Sylvan Christensen, que defende o acto como uma forma de proteger a zona, não apenas do atentado ambiental que a estrutura constituía, mas sobretudo do número crescente de pessoas que se deslocavam lá para a ver.

Esta terra não estava preparada para a mudança de população (especialmente durante uma pandemia)”, destaca Christensen numa nota citada pelo jornal Daily Mail.

Removemos o Monólito de Utah porque há precedentes claros de como compartilhamos e padronizamos o uso das nossas terras públicas, da vida selvagem natural, das plantas nativas, das fontes de água doce e dos impactos humanos sobre elas”, destaca o guia.

“O desmantelamento do Monólito de Utah é trágico – e se acha que estamos orgulhosos, não estamos. Estamos desapontados“, refere ainda Christensen, considerando que o grupo apoia “a arte e os artistas” e que “as falhas éticas do artista” na instalação da estrutura “não chegaram, nem perto, dos danos causados pelo sensacionalismo da Internet e a consequente reacção do mundo”.

“As pessoas chegaram de carro, de autocarro, de carrinha, helicóptero, aviões, comboios, motas e e-bikes e não há sequer um parque de estacionamento”, queixa-se Christensen, destacando que “não há casas de banho” no local e que “fazer cocó no deserto é uma contravenção”.

“Não há trilhos marcados, baldes do lixo e não é uma área para uso de grupos”, sublinha ainda.

“Encorajamos os artistas a criar, os gestores de terras a gerir e a comunidade a assumir a responsabilidade pelas suas acções e propriedade”, constata também, concluindo que é necessário que surja “um movimento massivo em direcção à educação sobre o uso e gestão das terras”.

O Gabinete de Gestão de Terras do Utah já lamentou que o monólito tenha gerado problemas de lixo no deserto, deixado pelas centenas de visitantes.

Entretanto, o gabinete do Xerife revela que não está a investigar o caso por se tratar de uma “propriedade privada” e pelo facto de ninguém ter assumido que era o dono da mesma, nem ter feito queixa pelo seu desaparecimento.

Mas, afinal, quem deixou o monólito no deserto?

No meio disto tudo, persiste, portanto, o enigma de quem deixou o monólito no meio do deserto.

Houve especulações de que seria obra de uma espécie de “Banksy do deserto” que seria também responsável pela sua retirada.

Mas uma das teorias mais abordadas aponta para que seja uma ideia desenvolvida pelo escultor John McCracken que morreu em 2011.

Todavia, a galeria de arte David Zwirner, responsável por acolher trabalhos do artista, já veio garantir que o monólito “não é um trabalho de John McCracken“.

Entretanto, o monólito idêntico ao do Utah que apareceu na Roménia também desapareceu.

A estrutura foi encontrada num local arqueológico, próximo da fortaleza de Petrodava que foi usada pelo antigo povo daciano, e terá sido removida no domingo à noite. Não se sabe por quem, mas há testemunhos locais que referem ter visto “luzes estranhas” na zona, de acordo com os media romenos.

O presidente da Câmara de Piatra Neamt, a cidade romena onde foi localizado o monólito, já veio avançar, com bom humor, a hipótese de terem sido “alguns adolescentes alienígenas, travessos e assustadores, a saíram de casa com os OVNIs dos seus pais” para começarem “a plantar monólitos de metal ao redor do mundo”.

Numa publicação no Facebook, o autarca Andrei Carabelea diz ainda que se sente “honrado” por terem escolhido a sua cidade. Mas “teria apreciado mais o seu gesto ousado se tivessem seguido as regras e as etapas legais para obter uma licença de construção”, sustenta.

Carabelea também frisa que está a tentar “esclarecer a situação jurídica do monólito” e a “descobrir os imprudentes” que lá o deixaram, mas promete que as autoridades serão “tolerantes” para com eles, caso o objecto “atraia mais turistas”.

A terminar, o autarca sustenta que o monólito é a prova de que Piatra Neamt é uma cidade “especial”, “para terrestes e (talvez) não só”.

SV, ZAP //

3 Comments

  1. Mas ontem apareceu outro na Califórnia, claro que se apressaram a tirar porque querem investigar sem que ninguém lhes mexa querem mandar areia para os olhos mas eles tbm nao sabem de onde eles vêm

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