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“Ameaça da polícia”, desmobilização na FCUP – mas não há aulas

Cláudio Carvalho / Wikimedia

FCUP – Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

Polícia foi chamada, alunos saíram de forma pacífica. Departamento estava ocupado, faculdade encerrou e cancelou aulas.

Os estudantes que ocupavam desde quinta-feira instalações do departamento de Ciências e Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) desmobilizaram esta terça-feira de forma pacífica após intervenção da PSP, segundo fonte da reitoria daquela instituição.

A intervenção da Polícia de Segurança Pública (PSP), a pedido da universidade, que tinha exigido aos estudantes que saíssem até às 20h00 de segunda-feira”, começou às 07h00 desta terça-feira, disse a mesma fonte à agência Lusa.

“Os cerca de 30 estudantes desmobilizaram e o acampamento no exterior foi levantado. Agora o edifício que tinha sido ocupado vai ser alvo de uma inspeção e limpeza. Pelo menos durante a manhã não haverá condições para a retoma de aulas neste edifício. Os restantes estão a funcionar normalmente”, indicou a mesma fonte da reitoria da Universidade do Porto.

A saída foi pacífica mas, na TSF, os manifestantes lamentaram a decisão da direção da FCUP: preferiam a “ameaça da polícia” e, perante este novo cenário, os manifestantes saíram.

A direção da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) já tinha informado que não haverá aulas esta terça-feira de manhã no edifício que estava ocupado.

Em comunicado à 00h05, a direção informou que devido à “ocupação de parte das instalações” do departamento de Ciência de Computadores (DCC) na segunda-feira, essa parte do edifício “estará encerrada de manhã”.

“Assim, não irão decorrer quaisquer atividades académicas, incluindo aulas ou avaliações, dentro do edifício FC6, até a direção da FCUP dar novas indicações. Até lá, não será permitido o acesso ao edifício”, lê-se no comunicado assinado pelo diretor do DCC, Alípio Jorge.

No final do quinto dia de protestos, no interior da faculdade, nomeadamente nos corredores, escadas e em pelo menos uma das salas, mantinham-se cerca de 25 estudantes.

A ocupação do espaço aconteceu após a chegada de cinco agentes da PSP ao edifício, chamados pela diretor da faculdade depois de na última reunião com os estudantes ter falhado uma tentativa de acordo, da parte dos estudantes, para uma cisão da academia com o Estado de Israel, e, da parte da faculdade, para que abandonassem os jardins onde protestam desde quinta-feira.

Cerca de uma centena de pessoas continuavam às 00h00 desta terça-feira concentradas no jardim da FCUP, em protesto contra a manutenção das relações entre a academia e o Estado de Israel.

O protesto teve o primeiro momento em 8 de maio, quando cerca de meia centena de estudantes exigiram diante da reitoria da UP o corte de relações entre a academia e o Estado de Israel.

ZAP // Lusa

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