O meteoro IM2 nasceu fora do Sistema Solar. Segundo um estudo realizado por astrónomos da Universidade de Harvard, este é, depois do IM1, o segundo corpo interstelar a chegar à Terra.
Investigadores da Universidade de Harvard identificaram a origem do meteoro CNEOS 2017-03-09, rebatizado IM2, como sendo interstelar.
Este é o segundo meteoro com origem extra-solar confirmada, depois de o CNEOS1 2014-01-08 (ou IM1) ter sido identificado como primeiro cometa nascido fora do nosso Sistema a chegar à Terra.
Ambos os meteoros têm uma composição e características invulgares, divergindo das habituais neste tipo de corpos celestes. A sua densidade é 20 vezes maior do que a dos meteoritos rochosos, e são duas vezes maiores do que os meteoritos metálicos.
Segundo o novo estudo, que vai ser publicado na Astrophysical Journal Letters, o IM1 e o IM2 poderão ter sido originados pela explosão de uma supernova.
O IM1 foi detetado em 2014 por sensores do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e identificado em 2019 como objeto interstelar. Tinha um diâmetro de 0,45 metros, uma massa de 460 kg e chegou à Terra a uma velocidade de 60 km/s.
“A conclusão de que o IM1 era um objeto interstelar foi confirmada este ano por uma análise independente do Departamento de Defesa dos EUA”, explicam Amir Siraj e Abraham Loeb, autores do novo estudo.
O IM1 foi identificado quase quatro anos antes da descoberta do Oumuamua, o misterioso corpo interstelar que passou pelo Sistema Solar e nos deixou em 2021, a caminho do seu destino, sem que a sua origem tivesse sido determinada — e que pode ser, ou de certeza que não é, uma nave extraterrestre.
O IM2, agora confirmado como segundo corpo interstelar a atingir a Terra, foi identificado em dados do CNEOS, o Centro de Estudos de Objetos Próximo da Terra da NASA.
Segundo a Sci News, o meteoro foi detetado no dia 9 de março de 2017, no Oceano Atlântico, ao largo da costa de Portugal, a uma altitude de 23 km.
Tinha sensivelmente um metro de diâmetro, uma massa 10 vezes maior do que a do IM1, e deslocava-se, anets do impacto na Terra, a uma velocidade de 40 km/s.
Segundo os autores do estudo, a resistência do material que compõe o IM1e IM2 coloca-os no primeiro e terceiro lugar do ranking dos 273 corpos seguidos pelo CNEOS.
“A resistência do material dos meteoros interstelares é significativamente maior do que a dos corpos com origem no Sistema Solar”, eplicam os investigadores.
“Acreditamos que o IM1 e IM2 fossem compostos por elementos refratários, apesar de as suas características apontarem para uma composição essencialmente metálica”, acrescentam.
“Já foram observadas supernovas a produzir balas cósmicas ricas em ferro, e esta pode ser a origem do IM1 e IM2″, concluem os autores do estudo.
Peço desculpa mas o senhor sabe o que é um cometa e um meteoro?
É que escreve cometa no seu artigo
Caro leitor,
Obrigado pelo seu reparo.
O texto usa 9 vezes a expressão “meteoro” ou “meteorito”, quando em referência a corpos celestes que atingiram a atmosfera terrestre (e consoante se desintegraram totalmente ou não), e usa 1 vez a expressão “cometa” na frase “primeiro cometa nascido fora do nosso Sistema a chegar à Terra”, na medida em que, no momento do seu “nascimento” e antes de atingir a Terra, tal uso é aceitável. Tecnicamente, a expressão mais genérica “meteoróide” talvez fosse mais acertada, mas não vejo que no estrito contexto em que foi usada a expressão “cometa” esteja incorreta.