Os cientistas descobriram que micróglia se auto-destrói à medida que elimina a mielina degradada do cérebro. Esta descoberta pode ter implicações nos tratamentos do Alzheimer.
Um novo estudo publicado na Annals of Neurology dá conta da descoberta de um caminho químoco inovador nos cérebros de pacientes com Alzheimer e demência vascular.
Uma revelação chave do estudo é o método anteriormente não mapeado através do qual as células do sistema imunitário, particularmente as micróglias, são destruídas. Estas descobertas desafiam as suposições existentes sobre a doença de Alzheimer e demência vascular, especialmente o papel da micróglia e lesões da matéria branca.
A matéria branca do cérebro, essencial para ligar diferentes regiões cerebrais, sofre uma reação em cadeia de danos iniciados pela degradação da mielina. Esta mielina, que protege os neurónios e melhora a comunicação, deteriora-se devido a fatores como o envelhecimento e a hipertensão. A micróglia entra em ação limpando o cérebro da mielina danificada, explica o Science Alert.
No entanto, um elemento surpreendente emergiu da pesquisa: à medida que a micróglia elimina a mielina degradada, também se destrói. Esta autodestruição é atribuída a uma overdose de ferro, presente na matéria branca. O neurocientista Stephen Back compara isto às micróglias a morrer “por dever” na sua busca para proteger o cérebro.
Back mostrou-se espantado com a magnitude da morte das células. “Todos sabem que a microglia é ativada para mediar inflamação. Mas a extensão à qual estavam a morrer era previamente desconhecida. É incrível que não tenhamos notado nisto até agora”, refere.
Acredita-se que esta cascata de morte de micróglia, juntamente com a degeneração da matéria branca, contribua para os défices cognitivos característicos do Alzheimer e da demência vascular. No entanto, a confirmação desta teoria exige uma investigação mais extensa.
Esta nova compreensão da degeneração microglial abre vias para potenciais tratamentos. Reconhecer o papel da microglia no declínio cognitivo oferece a possibilidade de criar medicamentos para contrariar ou parar o progresso de Alzheimer e outras doenças relacionadas.