Deputados do Chega apareceram nas manifestações pelo direito à habitação e foram insultados

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Este sábado, o país uniu-se em protestos pelo direito à habitação. De Norte a Sul, foram várias as manifestações. Em Lisboa, deputados do Chega tentaram acompanhar os manifestantes, mas acabaram escoltados pela PSP.

“Fascistas, fascistas, não passarão” foi um dos cânticos que marcou – quem diria – esta tarde de manifestações pelo direito à habitação.

Em Lisboa, logo ao início da tarde, centenas de pessoas iniciaram protestos – que, para além da habitação, se focaram na justiça climática.

Os manifestantes começaram a aglomerar-se na Alameda D. Afonso Henriques, aproveitando as poucas sombras disponíveis, munidos com faixas, tambores, bandeiras e casas de cartão.

“Lutamos pelo direito à habitação e por permanecer nos espaços, por uma vida digna para todas as pessoas e por medidas que travem a crise climática. Estas são duas lutas contra o capital, que coloca a especulação e o lucro acima da vida”, lê-se na informação difundida pelas plataformas Casa para Viver e ‘Their Time to Pay’, responsáveis pela promoção das manifestações.

“Fascismo nunca mais!”

Três deputados do Chega apareceram nos protestos na capital e – fosse qual fosse a intenção – não passaram despercebidos.

Rui Paulo Sousa, Filipe Melo e Jorge Galveias ouviram insultos, foram alvos de tentativa de agressão e tiveram de ser escoltados pela Polícia de Segurança Pública (PSP).

“Viemos associar-nos às pessoas que precisam realmente de habitação e fomos recebidos com insultos e com várias agressões. É esta a democracia que as pessoas tanto apregoam? Se é isto, então estamos na democracia errada”, disse Rui Paulo Sousa, aos jornalistas, em plena escolta policial.

O deputado insinuou ainda que esta luta está a ter um “caráter político de extrema-esquerda”: “Estamos a ser agredidos em plena manifestação. Estamos num país livre. Se acham que somos fascistas, é um problema que é deles. Viemos para defender quem necessita de habitação condigna, mas é óbvio que esta manifestação tem um caráter político de extrema-esquerda. A habitação é um direito de todos, não é um direito da extrema-esquerda”.

Através de uma publicação na sua página da rede social X (antigo Twitter), o presidente do Chega, André Ventura, lamentou o sucedido, dizendo que os três deputados parlamentares do partido foram atacados “pela extrema-esquerda”.

“Isto é sobre vocês”

Ainda em Lisboa, o jornal Público relatou um episódio em que protestantes se dirigiram a turistas que “apreciavam” o aparato, culpabilizando-os pelo movimento

Hello, are you enjoying it? This is about you” – traduzindo, “Olá, estão a gostar? Isto é sobre vocês”.

No Porto, estiveram oito mil

Pelo menos oito mil pessoas ocuparam toda a extensão da rua de Santa Catarina, no Porto, desde a Praça da Batalha até à Rua de Fernandes Tomás, manifestando-se pelo direito à habitação, enquanto (também a Norte) turistas observavam a marcha.

A estimativa foi adiantada à Lusa por fonte da PSP, sendo visível uma mancha de pessoas que preenchia por completo a maior parte da zona pedonal daquela artéria da cidade do Porto, com os manifestantes a passarem pelos turistas que observavam com espanto a dimensão do protesto.

Palavras de ordem como “Paz, Pão, Saúde, Habitação”, “A Habitação é um direito, sem ela nada feito”, “A casa é para morar, não é para especular”, “Para os bancos vão milhões, para nós vêm tostões”, “Nem gente sem casa, nem casa sem gente” foram das mais entoadas pelos milhares de manifestantes.

Em Faro, onde há falta de casas

Cerca de uma centena de manifestantes também se concentrou em Faro. A concentração iniciou-se por volta das 15h, no jardim Manuel Bivar, no centro da capital algarvia, e cerca de uma hora depois eram já mais de cem as pessoas, de cerca de nove movimentos cívicos.

A represente do “Porta a Porta” (movimento que promoveu o protesto), Ana Tarrafa, disse à agência Lusa que a afluência de manifestantes “superou as expectativas, numa região onde o turismo acentua a falta de casas para arrendamento, para médicos, professores e estudantes, entre outros”.

Os manifestantes seguiram depois em protesto por algumas artérias de Faro ostentando cartazes onde se podia ler “baixem as rendas, subam os salários”, “O custo de vida aumenta, o povo não aguenta” ou “Basta de alojamento local, libertem casas para as famílias”, enquanto gritavam palavras de ordem como: “A habitação acessível é um direito” e “Estamos fartos de escolher, pagar casa ou comer”.

Os protestos começaram na manhã deste sábado, no Barreiro, Beja, Évora, Portalegre e Tavira.

Da parte da tarde, além de Lisboa, Porto e Faro, ocorreram manifestações em Aveiro, Braga, Coimbra, Covilhã, Guimarães, Lagos, Leiria, Portimão, Viseu, Samora Correia e Alcácer do Sal.

ZAP // Lusa

8 Comments

  1. As «…manifestações pelo direito à habitação…» que ocorreram dia 30 de Setembro de 2023 foram falsas manifestações, uma encenação levada a cabo pelos liberais/maçonaria para dar a falsa ideia de que existe oposição ao regime liberal/maçónico imposto pelo golpe de Estado da OTAN em 25 de Abril de 1974.

    Nessas falsas manifestações estiveram presentes uma grande quantidade de Estrangeiros, isto é muito grave e perigoso para o País, temos Estrangeiros a cometer ingerência nos assuntos internos de Portugal e dos Portugueses e parolos a cometer ingerência nos assuntos das Cidades e Localidades de onde não são naturais.

    É preciso o quanto antes proibir toda e qualquer actividade política aos Estrangeiros que estão a ser deslocados para Portugal.

    Relativamente aos confrontos entre elementos desta falsa manifestação levada a cabo pelos liberais/maçonaria e o partido liberal/maçónico Chega (CH), foi tudo encenado entre os “manifestantes” e os elementos dessa força política.

  2. Curioso, sempre que a direita resolve aparecer e mostrar que está com o povo aparece sempre elementos da esquerda “tolerante” a chamar facistas e a insultar! Será assim tão anormal dois partidos opostos se unirem por uma causa comum? O interesse do povo não está a cima das guerras mesquinhas?
    A democracia há 50 anos que deixou de existir e este é o resultados! O povo é usado como guerra de arremesso entre politicos!
    Lavagem cerebral!

  3. Todos nós sabemos a razões deste problema . As nossas metrópoles (essencialmente) , cada vez mais sobrepovoadas , são a oportunidade para a especulação Imobiliária , en termos de regulamentação inexistente por parte do Governo , o Mercado de arrendamento e aquisição de Habitação própria está parado . As Pessoas mais modestas Economicamente , estão condenadas a viver miseravelmente . Obrigado Sra . Lagarde !

  4. Sendo que a esquerda governou Portugal durante quase todo o tempo após o 25 de Abril.

    Se as coisas chegaram ao ponto que estão de quem será a culpa?

    Esta democracia com os seus resultados esta a comer se a si mesma e nem se percebe, mas continuem a votar nos mesmos a ver se muda

  5. Pois!
    Mas não se vê os nossos “comentadeiros” a tomar posição como fazem quando as coisas correm em sentido contrário.
    O assunto não lhes interessa já que começavam a ficar sem poder crítica.
    No fim vão fazer a mesma figura de sempre e os culpados são sempre os outros.

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