Carla Castro, ex-candidata à liderança do partido, gostava de ter um “efetivo exercício” do cargo que ocupa no Parlamento – mas “não está a acontecer”.
A deputada da IL, Carla Castro, anunciou hoje que resignou à vice-presidência da bancada parlamentar liberal uma vez que não se está a verificar um “efetivo exercício” do cargo em termos de participação na estratégia, comunicação e gestão.
“Venho por este meio dar uma breve nota da minha resignação de Vice-Presidente de Bancada Parlamentar. Aceitei a continuidade do mandato após a Convenção, até pela unidade que defendia e defendo”, escreveu na rede social Twitter esta manhã a candidata que em janeiro perdeu as disputadas eleições internas para o atual presidente da IL, Rui Rocha.
Segundo Carla Castro, “os cargos devem ter efetivo exercício dos mesmos”, o que neste caso passaria por “participação na estratégia, comunicação e gestão”.
“Não sendo o que está a acontecer, e não estando na política por cargos, apresentei a minha demissão”, justificou.
A deputada explicou ainda que decidiu comunicar esta decisão por “sentir um dever de informação”, reiterando ser “muito importante a união”, que deve ser o centro da ação da IL.
“Há promessas eleitorais para ajudar a cumprir, um partido para crescer e uma enorme necessidade de ajudar a tornar Portugal Mais Liberal: contam comigo e não obsta a nada no orgulho e honra em trabalhar, todo os dias, colaborativamente, em prol dos compromissos para um Portugal Mais Liberal. Seguimos a trabalhar”, concluiu.
Em 22 de janeiro, na primeira vez na sua história em que teve mais do que uma lista à liderança, o novo presidente dos liberais, Rui Rocha, conseguiu 51,7% votos dos membros inscritos, enquanto a lista de Carla Castro teve 44% dos votos, e a de José Cardoso 4,3%.
A convenção da IL foi uma reunião longa, crispada e dividida, mas apesar das trocas de acusações e do ambiente tenso, Rui Rocha e Carla Castro cumprimentaram-se no final e a deputada garantiu então à Lusa que não seria oposição ao novo presidente, com quem disse que iria colaborar, considerando que o partido sai da convenção “mais forte” e “não vai voltar a ser o mesmo”.
Poucos dias depois da convenção, em 26 de janeiro, o Grupo Parlamentar da IL decidiu esta renovar a confiança no seu presidente e na vice-presidente, Rodrigo Saraiva e Carla Castro, respetivamente, que tinham colocado os lugares à disposição na sequência das eleições internas.
“Quer eu quer a Carla Castro, portanto o presidente do grupo parlamentar e a vice-presidente do grupo parlamentar, colocámos ao restante grupo parlamentar os nossos lugares à disposição dentro desta reorganização que iríamos fazer e de forma unânime o grupo parlamentar renovou a confiança para que continuássemos ambos em funções”, afirmou nesse dia à Lusa.
// Lusa