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Déjà-rêvé: é possível relembrar sonhos antigos

Investigadores franceses descobriram um novo fenómeno relativo a pacientes com epilepsia, em que estes experimentam um sonho quando estão acordados.

A este fenómeno os investigadores deram o nome de déjà rêvé. Ao contrário do famoso déjà vu, que significa “já visto”, este novo fenómeno remete-nos para o que já foi sonhado.

Cientistas do Centro Hospitalar Universitário de Toulouse, em França, recolheram dados de 1958 a 2015, referentes a pacientes que sofrem de epilepsia que possam ter tido estes episódios depois de serem induzidos a Extimulação Elétrica Transcraniana (EET).

Jonathan Curot, autor principal do artigo publicado recentemente na Brain Stimulation, disse, em entrevista ao site Inverse, que o déjà rêvé induzido por eletricidade “pode ser uma abordagem interessante para entender melhor os nossos sonhos”.

Enquanto que a maioria dos estudos existentes se centram sobre o REM (rapid eye movement), o período de sono no qual os sonhos são mais vividos, esta nova abordagem analisou uma parte significativa “dos nossos sonhos que nunca foi estudada”.

Segundo a Sábado, os pacientes que foram estimulados relembraram sonhos e pesadelos antigos enquanto estavam acordados. Isso foi possível através da estimulação elétrica do lobo temporal, a parte do cérebro responsável pelo armazenamento a longo prazo de memórias e sonhos.

Desta forma, o dèjá-rêvé acontece de três maneiras diferentes, explicam os cientistas. Naquela que é chamada de “episódio”, o paciente é capaz de especificar um sonho numa data definida. “Eu vi algo, um sonho ou pesadelo, que tive há anos atrás. Um sonho de um objeto pousado numa mesa”, garantiu um dos participantes do estudo.

No episódio “familiar”, o doente relembra um sonho vago e é um incidente que explica a visão de um sonho recente. Por último, há vários pacientes que relataram o sentimento de estar a viver dentro de um sonho. Inclusivamente, um estudo anterior abordou este tema, que descreve as pessoas estudadas como estando desmaiados ou a “flutuar”.

Apesar de ser um novo fenómeno, este é um dos primeiros passos para explicar estes estranhos sentimentos que estas pessoas sentem. O dèjá-rêvé é raro em pessoas com epilepsia, mas o estudo conclui que não há provas deste fenómeno em pessoas sem esta doença.

ZAP //

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