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“É lamentável”. CGD subiu taxas das contas baratas e desceu as das caras

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Miguel A. Lopes / Lusa

Paulo Macedo

A Deco receia que outros bancos sigam a decisão da Caixa Geral de Depósitos de atualizar os seus preçários. A associação de defesa dos consumidores não compreende a “injustificada” subida das comissões nas contas mais baratas.

Injustificada e completamente desproporcionada.” É assim que a Deco classifica a decisão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de agravar os custos das suas contas mais baratas, um dos serviços cujas comissões vão aumentar no banco público já a partir de janeiro.

A associação de defesa dos consumidores critica a decisão da CGD de alterar os seus preços, aumentando os encargos das contas mais baratas, ao mesmo tempo que reduz as comissões das contas de clientes com maior património.

Em declarações à Antena 1, Nuno Rico, economista da Deco, referiu que esta alteração de preços “é injustificada e completamente desproporcionada, porque por um lado temos um aumento de 14% dos custos da conta S, que foi apresentada como uma alternativa com custos mais baixos e depois temos uma descida de 30% para os clientes que têm maior património financeiro”.

Não conseguimos entender esta decisão“, disse ainda, admitindo que outras entidades financeiras poderão seguir o caminho do banco público. “Quando um aumenta, depois temos um conjunto de outros bancos a seguir.”

De acordo com o Expresso, está em causa a decisão da CGD de subir o custo mensal da Conta S em 14%, de 2,8 para 3,2 euros mensais. Contudo, clientes que tenham um património superior a 50 mil euros ou domiciliação de ordenados acima de 2250 euros mensais irão beneficiar de uma descida de 30% no custo da conta, de 7 para 5 euros mensais.

Entretanto, segundo o Eco, a CGD emitiu um comunicado em que, relativamente à “Conta S”, diz ser “uma conta pacote de adesão voluntária, que continua a ser a mais competitiva do mercado”.

“O reforço da proposta de valor da conta, por solicitação dos nossos clientes, com correspondente aumento do número de serviços motivou, por parte da Caixa, um acréscimo de 40 cêntimos por mês para os clientes com bonificação (menos de 1,5 cêntimos por dia) e de 95 cêntimos por mês para os restantes clientes desta conta (menos de 3 cêntimos dia)”, acrescenta o banco público.

O banco refere-se ao facto de ter aumentado, em duas, o número de transferências incluídas nas suas contas pacote. Desta forma, a “Conta S” passa a permitir quatro em vez das duas transferências mensais atualmente incluídas e a “Conta M” passa de três para cinco transferências por mês. Já a “Conta L” mantém-se com um número ilimitado de transferências.

A Caixa Geral de Depósitos decidiu ainda passar a cobrar uma comissão de 88,4 cêntimos em cada transferência MBWay, a partir de 25 de janeiro.

ZAP //

24 Comments

  1. Mas o que se espera daquela administração, em particular do seu presidente…
    Não fez a mesma …na Saúde?
    Quanto a mim, já larguei a CGD há muito tempo.

  2. Não ha qualquer respeito pelos pobres em Portugal. Sendo a CGD um banco do estado, como é que são aceites estas alterações sem que o governo e os partidos, principalmente os de esquerda, se manifestem contra ou, mesmo se oponham a esta vergonha.

    • A equerdalha e a direitalha existem para sugar, escravizar e sonegar liberdades ao povo. Mas o povo não está preparado para perceber o real valor do dinheiro.

    • Totalmente de acordo! Onde estão as políticas de esquerda quando o banco do Estado é o primeiro a promover a injustiça social e a polarização da riqueza?

    • Se o desgoverno fosse de centro-direita, aqui del-Rei que eram os fascistas a roubar os pobres. Como é um desgoverno de esquerda, tudo fica caladinho que nem ratos de esgoto…

    • O colega deve andar muito distraído. Mesmo muito. Então diga-me lá o que andou a CGD a fazer nos últimos 30 ou 40 anos? Olhe posso assegurar-lhe que as PMEs nacionais têm financiamentos em muito melhores condições em qualquer outro banco (e não são Portugueses!!!). Depois parece que se esquece da principal razão para ter a CGD no domínio público. Veja o caso Sócrates e Vara, Vale do Lobo e tantas outras maquinações que se fizeram ao longo dos tempos. De tentativa de controlo de grupos de comunicação por via indireta de aprovação de financiamento noutras instituições bancárias, a financiamento de projetos empresariais ruinosos, passando por ser um dos principais antros de tachos da classe política… Até o Ricardo queria a salvação do BES com o apoio da CGD!!!
      Enfim, façam um favor ao país e ao erário público e privatizem isso de uma ver por todas. Não faz falta ao Estado. Bem pelo contrário. Foi sempre um sorvedouro de dinheiros públicos.
      E a demonstrar que a CGD nunca fez nada pelas empresas nacionais, estão a quantidades de linhas de apoio, sociedades de garantia, agências de capitalização,… que os diferentes Ministérios da Economia criaram ao longo de décadas para apoiar as PMEs.

  3. Já nos saíram do bolso os custos das veleidades dos “donos” da Caixa e agora estamos a pagar juros…
    Só me ocorre uma frase:
    “Mais do mesmo”…

  4. Este é o caminho percorrido pelos chamados gestores de topo que recorrem aos mais frágeis economicamente para encher o bolso dos mais abastados. Lembram-se de Zeinal Bava considerado um dos melhores do mundo e até condecorado por Cavaco Silva?

    • Sim, vivemos num sistema económico “parasiticovampírico”. Procure no youtube pelo holandês ex banqueiro de topo Ronald Bernard e veja as entrevistas dele. Cuidado que o seu mundo nunca mais vai ser o mesmo depois de saber certas coisas que ele conta.

    • Então faz-se o quê, volta-se à MONARQUIA?!?!?!?! Às DITADURAS???? Não, o caminho é mesmo votar, VOTAREM TODOS e ninguém ficar em casa!!! Desde os meus 18 anos que voto, nunca falhei e nunca votei NULO ou BRANCO! É o mínimo que se pede por respeito a quem tanto lutou por TODOS terem o direito de escolha! Agora, se optam por não votar, como é que as coisas podem mudar?!
      50% da população não votou; retiro 10% por limpeza de cadernos eleitorais de falecidos, vá…. que seja 40% que não votaram! Isso sim, é que é um CIRCO!!!!

  5. Ninguém é obrigado a manter conta na CGD. Fui cliente da Caixa durante 35 anos, vieram as comissões de conta, já era. Passei para CTT, não há comissões de gestão nem pagamento de cartões. Têm-me lá enquanto assim for…

  6. Os milhões que certos empresas/empresários exemplares (Berardo; GES, a Finpro (gerida pelo Américo Amorim), as Clinicas Malo, os espanhóis da Pescanova, etc, etc) “roubaram” à CGD tem que ser pagos por alguém… se forem pelos clientes, menos mal – porque estes ainda tem opção de escolha!…

  7. Parece-me um nova política muito semelhante ao efeito Robin Hood invertido: decidiram roubar os pobres para dar aos ricos. Afinal para que serve um banco privado de capitais públicos?!

  8. Se todos mudassem as suas contas para bancos que não tenham comissões, acabava-se logo com esta mama. Andamos a pagar os ordenados e prémios de luxo dos gestores, a maioria com poucos escrúpulos. Por mim estão despachados.

  9. Façam como eu, acabem com a conta.
    Banco público para alimentar parasitas, NÃO alinho nisso… seria um atentado à minha inteligência.

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