A Internet, disfarçada de detetive, encontrou uma mensagem secreta no paraquedas que ajudou a Perseverance a pousar em Marte.
Sem lupa nem gabardina: o mundo está concentrado na jornada do rover da NASA e os detetives da Internet não falharam à chamada.
Depois de a agência espacial ter partilhado um vídeo que detalha o processo de descida e pouso da Perseverance na cratera Jezero, do Planeta Vermelho, os internautas encheram as redes sociais de teorias à volta de uma mensagem codificada no paraquedas, que ajudou o rover a descer a cerca de 20 mil quilómetros por hora.
Alguns destes “detetives” acreditam ter decifrado o enigma. Segundo a agência Lusa, a mensagem secreta nasceu graças a um amante de puzzles da equipa da missão espacial, o engenheiro de sistemas Ian Clark.
Clark usou um código binário para soletrar “Dare Mighty Things” nas faixas vermelhas e brancas do paraquedas de 21 metros, onde incluiu também as coordenadas do GPS para a sede da missão no Laboratório de Propulsão a Jato em Pasadena, na Califórnia.
“Dare Mighty Things” (“Ouse coisas poderosas”) é uma frase atribuída ao ex-Presidente norte-americano Theodore Roosevelt, e um mantra no Laboratório que adorna muitas das paredes do centro. O truque era “tentar encontrar uma maneira de codificá-lo, mas não torná-lo muito óbvio”, confessou.
Os engenheiros queriam um padrão incomum no tecido de alta tecnologia para saber como o paraquedas era orientado durante a descida. Transformar isso numa mensagem secreta foi “superdivertido”.
Segundo Clark, apenas seis pessoas tinham conhecimento da mensagem codificada antes do Perseverance aterrar, e iam esperar até que as imagens do paraquedas regressassem à Terra para lançar um teaser numa conferencia de imprensa na segunda-feira.
O engenheiro reconheceu que, da próxima vez, terá de ser “um pouco mais criativo”, já que demorou apenas algumas horas para os fãs do Espaço descobrirem o teor da mensagem.
A aterragem da Perseverance foi transmitida no Twitter e YouTube e também na página oficial da NASA, desde as 19:15 em Lisboa. As operações estiveram a ser coordenadas a partir do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em La Cañada Flintridge, na Califórnia.
O sinal proveniente de Marte demorou pouco mais de dez minutos a chegar à Terra. As amostras recolhidas não deverão chegar ao nosso planeta antes do início da próxima década.
Liliana Malainho, ZAP // Lusa