Mais pistas sobre a vida em Marte? Curiosity descobre novas moléculas orgânicas

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NASA

A sonda norte-americana Curiosity

O rover na NASA descobriu moléculas de amoníaco e de ácido benzóico na areia do Planeta Vermelho. Apesar de não serem uma prova concreta da existência de vida, podem ser uma pista.

A sonda Curiosity da NASA continua a desvendar mais mistérios sobre Marte. Agora, o rover descobriu moléculas orgânicas que ainda não tinham sido detectadas e que mostram a química complexa do planeta. Estas moléculas, apesar de não serem uma prova concreta de que há ou já houve vida no planeta já que outros processos as podem criar, podem ser uma pista.

O artigo publicado na Nature Astronomy relata que a equipa da NASA usou as experiências químicas húmidas que integram o instrumento de Análise de Amostras de Marte (SAM) para estudar a composição das recolhas do Curiosity. Este instrumento tem como objectivo descobrir componentes orgânicos como aminoácidos, que são as raízes da vida.

Ainda não foram encontrados aminoácidos, mas foram detectados amoníaco e ácido benzóico. O ácido benzóico ocorre naturalmente me muitas plantas e bagas, escreve o IFLScience.

A experiência ocorreu em Dezembro de 2017 e foi baseada numa amostra recolhida meses antes nas Dunas Bagnold. A análise do SAM foi originalmente planeada para usar amostras perfuradas. Apenas havia nove copos de solvente para a realização da experiência, pelo que seria preciso usar este produto valioso com precaução. O Curiosity estava a ter problemas com a broca, pelo que a equipa teve de optar por usar amostras de areia.

“As Dunas Bagnold já tinham sido estudadas durante meses com todos os instrumentos do Curiosity. A amostra da duna ensopada tinha sido exposta a radiação ionizante e não se antecipava que fosse rica em moléculas orgânicas antigas bem preservadas. No entanto, permitiu não só um teste ao protocolo de derivatização na superfície de Marte, mas também uma busca por moléculas orgânicas presentes na amostra e uma pesquisa àquelas que podem ter sido produzidas a partir de reacções dentro do instrumento”, escrevem os cientistas.

Não se esperava que a areia fosse rica nestas moléculas, o que torna esta descoberta ainda mais promissora e uma base importante para o futuro trabalho do SAM e do Curiosity.

Para além do rover da NASA, os rovers da Agência Espacial Europeia e da Rússia que vão ser lançados no próximo ano vão já incluir o Analisador de Moléculas Orgânicas de Marte (MOMA) e permitir fazer ainda mais descobertas sobre a química do Planeta Vermelho.

ZAP //

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