Desde que Israel lançou a operação militar contra militantes palestinianos na Faixa de Gaza no dia 8 de julho, a Força de Defesa de Israel (IDF) contabilizou mais de 2 mil foguetes disparados da região contra o Estado judaico.
Essa chuva de rockets, lançados pelo Hamas e por outros grupos islâmicos, deixou, até agora, três civis mortos – dois israelitas e um trabalhador imigrante tailandês.
O contraste entre o alto número de foguetes lançados e o baixo número de vítimas tem três explicações: a preparação da população em Israel, treinada a lidar com uma rede de abrigos, alarmes e exercícios de simulação; a ineficácia das armas do Hamas e da Jihad Islâmica; e a eficiência do escudo antimísseis israelita, conhecido como Iron Dome (Cúpula de Ferro),
Cinco anos depois da primeira Guerra do Golfo, durante a qual o então presidente do Iraque, Saddam Hussein, lançou mísseis Scud sobre Israel, os líderes israelitas resolveram acelerar o desenvolvimento deste sistema.
No início de 2010, o Cúpula de Ferro tinha passado com sucesso em testes realizados pelo Exército israelita, em que foram usados rockets Qassam e Grad e morteiros.
Em abril de 2011, o sistema foi usado em combate pela primeira vez, quando derrubou um míssil lançado contra a cidade de Beersheba, no sul do país.
O sistema pode intercetar rockets lançados a distâncias de 4 a 70 quilómetros e destruí-los antes que atinjam o alvo.
O arsenal palestiniano
O Hamas e os demais grupos palestinianos radicais que atuam na Faixa de Gaza acumularam um arsenal de foguetes básico que, com o passar do tempo, têm aumentado o seu raio de acção.
Nenhum deles é particularmente sofisticado e a maioria foi projetada com tecnologia da era soviética.
Alguns foguetes foram contrabandeados por túneis na península do Sinai e outros foram feitos em oficinas na Faixa de Gaza, embora muitos ainda possuam peças-chave que dependem de componentes do Irão ou da Síria, importados clandestinamente.
Os sistemas de menor alcance incluem morteiros pesados e rockets Qassam e Grad, que atingem até 48 km e 17 km, respectivamente.
Estes foguetes ameaçam vilas e cidades no sul de Israel, como Sderot, Ashkelon, Beersheba e o porto de Ashdod.
Os palestinianos também possuem mísseis de grande alcance, como o ajr-5, também conhecido como M75.
Este pode voar a até 75 quilómetros, ameaçando centros populosos, como Telavive e Jerusalém.
Mas o uso do Fajr-5 implica sérios problemas práticos.
Para além de ser pesado e grande – podendo chegar a seis metros de altura -, requer manutenção mecânica e precisa de ser pré-posicionado para o lançamento em locais escondidos e camuflados, para evitar que seja detetado pelos drones israelitas.
ZAP // BBC
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