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Cientistas acreditam ter descoberto um “cubo de Heisenberg” do programa nuclear dos nazis

Matthan Brown / National Museum of Nuclear Science & History

“Cubo de Heisenberg”

Uma equipa de investigadores acredita ter em sua posse um “cubo de Heisenberg” do fracassado programa nuclear dos nazis.

Durante a ascensão de Hitler ao poder, a Alemanha estava na vanguarda da tecnologia nuclear, tendo descoberto como dividir o átomo e, de seguida, percebido a imensa quantidade de energia que é libertada ao fazê-lo.

Centenas de pequenos blocos de urânio foram criados para pesquisas em reatores nucleares por cientistas alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Embora houvesse originalmente 664 cubos, mais de 650 ainda permanecem desaparecidos, sublinha o National Museum of Nuclear Science & History no seu site oficial.

Agora, cientistas estão perto de confirmar a proveniência de um cubo de urânio, que se suspeita ter origem na Alemanha nazi como parte do programa de armas nucleares, escreve a VICE.

Este raro cubo também é usado como um dispositivo de treino para ajudar a prevenir o tráfico ilícito de materiais nucleares modernos.

Investigadores identificaram cerca de uma dúzia de cubos de várias coleções que terão tido origem em centros de pesquisa alemães da era da guerra, liderados por dois cientistas: Werner Heisenberg e Kurt Diebner.

Werner Heisenberg era a mente por trás do programa nuclear dos nazis. Apesar de tudo, Heisenberg não era favorável ao regime nazi, tampouco à construção de bombas atómicas.

Heinsenberg e a sua equipa convenceram os militares nazis de que não seria viável, por falta de tempo e de recursos, construir uma bomba atómica em tempo suficiente para que pudesse ser usada na guerra, convencendo os alemães a desistirem da ideia, mas continuando a investir em física atómica.

O Pacific Northwest National Laboratory (PNNL) é o guardião do cubo. Os investigadores do PNNL acreditam que o seu cubo, enviado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos para o laboratório na década de 1990, é um dos “cubos de Heisenberg”, mas ainda não confirmaram oficialmente a alegação.

Para o provar, os investigadores têm recorrido a uma técnica para estimar a idade de uma amostra com base nos produtos de decomposição do urânio que contém.

“Apenas tivemos resultados preliminares hoje [20 de agosto], que sugerem que a idade do nosso cubo é consistente com a idade do programa nuclear nazi”, disse Jon Schwantes, o investigador principal do projeto do cubo de urânio.

Quando as forças norte-americanas e britânicas chegaram ao laboratório Haigerloch, em 1945, mais de 600 cubos de urânio foram enviados para os Estados Unidos, após terem sido desenterrados de um campo perto da cidade.

Alguns deles podem ter sido usados nos esforços americanos para construção de armas nucleares, enquanto outros pertencem a colecionadores, escreve a Sky News. A maioria permanece desaparecida.

Daniel Costa, ZAP //

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