A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, afirmou nesta quinta-feira estar preocupada com os “valores dramaticamente baixos da poupança” e admitiu “algum incentivo fiscal” para levar as pessoas a poupar.
Assunção Cristas abriu esta quinta-feora um colóquio, na sede nacional do CDS-PP, em Lisboa, “Poupar para investir”, em que acusou, indiretamente, o Governo de não ter tido “um discurso público que valorizasse o fator da poupança”.
Ao comentar os números do Instituto Nacional de Estatística (INE), a líder centrista sublinhou que “as famílias estão a consumir como nunca“, com as despesas de consumo final a atingirem “o valor mais alto do INE”, que começa em 1995.
São “valores dramaticamente baixos de poupança, o que, naturalmente, comprometem o investimento”, afirmou a líder centrista.
A “poupança média evoluiu negativamente” em Portugal, fixando-se nos 5%, e está “muito distante da média da União Europeia (UE)”, que é de 10,6% do rendimento bruto disponível. Assunção Cristas perguntou “qual é o drama disto”.
E a seguir a líder do CDS deu a resposta: “Se não há poupança também não há forma de termos meios para podermos investir”, disse, afirmando que este “é um dos problemas críticos” do país. Porque, acrescentou, se não subirem os “níveis de poupança”, dificilmente se conseguirá “catapultar a economia para os crescimentos” que considera “necessários, duradouros e sustentáveis”.
Assunção Cristas concluiu que, para “promover a poupança”, há “muitos aspetos” possíveis, como estimular a “literacia financeira”, promover “instrumentos de poupança” e adotar “algum incentivo fiscal a essa poupança“, sem adiantar modalidades concretas. O debate juntou Miguel Coelho, Leonardo Mathias, Valdemar Duarte e Miguel Torres.
A líder dos centristas prometeu que as ideias lançadas neste debate, organizado pelo gabinete de estudos do CDS-PP, serão tidas em conta na elaboração do programa eleitoral do partido para as legislativas de outubro. Assunção Cristas admitiu também que algumas das ideias deste grupo de economistas venham a ser utilizadas durante o debate do Programa de Estabilidade e do Plano Nacional de Reformas, em abril.
// Lusa