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“Isto não é uma crise de três meses. Ministro das Finanças não pode desertar”, diz Marques Mendes

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Mário Cruz / Lusa

Luis Marques Mendes

O antigo líder do PSD e atual Conselheiro de Estado, Luís Marques Mendes, afirmou que os portugueses têm estado muito bem e rejeitou a ideia do ministro das Finanças poder sair do Governo ainda este ano. No espaço habitual de comentário, na SIC, disse igualmente que as medidas para responder à crise provocada pela pandemia poderão ser “ainda muito insuficientes”.

“Vamos ter uma crise económica sim, mas porque há uma epidemia da saúde. Temos primeiro de combater esta para combater a epidemia financeira. Há uma relação de causa e efeito. Esta prioridade é inegociável”, indicou, num comentário no domingo à noite na SIC, feito à distância.

“Temos de ter uma hierarquias de valores. Em primeiro lugar, a prioridade absoluta, inegociável, não relativa, tem de ser salvar vidas”, começou por dizer. “Temos primeiro de combater a tempo e horas – e com firmeza – a epidemia da saúde para a seguir resolver a epidemia financeira. Quanto mais rápidos e eficazes formos a combater epidemia da saúde, mais rapidamente combateremos epidemia financeira”, indicou, citado pelo Observador.

Marques Mendes salientou que, depois virá então uma crise económica. “Vai ser uma crise longa. Todas as medidas do Governo, no plano do papel, são bem intencionadas. Mas há também que falar com verdade, que receio que sejam medidas insuficientes”, notou o comentador, referido pelo Expresso.

Caso essas medidas não sejam alteradas, Marques Mendes acredita que muitas empresas correm o risco de chegar ao fim do mês sem conseguir pagar salários, devido a “problemas de liquidez”. A experiência de tentar resolvê-las com linhas de crédito “não é fantástica”.

O ‘lay-off’ proposto pelo Governo, mesmo sendo uma medida positiva, é “uma complicação”, analisou.

“A medida está apresentada nesta perspetiva: as empresas com redução têm direito, mas têm de provar que a quebra de rendimento é reportada aos dois meses anteriores. Isso só se aplica se se ficcionar que a crise começou em janeiro. A crise começou agora em março. Ou só se poderá apresentar o pedido em maio? Não faz sentido nenhum, devia ser aplicação imediata. De outra forma, chegamos ao final do mês e as empresas não têm dinheiro para pagar salários. Aí não se defende o emprego”, considerou.

Também o turismo vai levar “uma pancada monumental”, frisou o comentador, acrescentando que “esta crise não é de três meses”.

Mas, como apontou o Expresso, Marques Mendes destacou aspetos positivos: “Dos 27 da UE, estamos em décimo lugar. Nada de facilitar. Temos poucos casos de internamento. Não temos um número alto de casos graves. A população idosa não está a ser mais afetada. Comparada com a média de Itália estamos num patamar baixo”.

As linhas de crédito, referiu, podem ser uma desilusão e o ‘lay-off’, mesmo sendo uma medida positiva, é uma complicação. Também o turismo vai levar “uma pancada monumental”, frisou, acrescentando que “esta crise não é de três meses”

Quanto ao ministro das Finanças, defendeu que este não pode sair. “Sair é desertar”, disse, salientando a ação pouco interventiva de Mário Centeno: “Sentiu-se a ausência de uma palavra forte, firme, clara do ministro das Finanças. É muito intrigante”.

ZAP //

5 Comments

  1. Este rato de esgoto não tem mesmo vergonha nenhuma e diz e des-diz-se em menos de nada!…
    Há uma ou duas semanas este artista inventou que o Centeno iria sair antes do Verão; agora dá a volta ao texto diz que o Centeno já não vai sair!…
    Será que a SIC paga a este advogado mafioso, ou é ele paga à SIC?!
    Este “vírus” é bem pior do que o Covid…

    • Essa comparação é, no mínimo, um insulto!…
      O outro não tem negócios, nem empresas, e muito menos representava, no seu escritório de advogados, interesses manhosos…
      Além disso, não estava constantemente a inventar estórias e que depois são desmentidas pela realidade!…
      O único ponto em comum é terem sido ambos presidentes do PSD; de resto, são opostos em praticamente tudo!…
      Uma daquelas “previsões” do verdadeiro artista:
      “Não há na União Europeia uma única alma a falar da hipótese de Mário Centeno para presidir ao Eurogrupo”,
      zap.aeiou.pt/centeno-esta-deslumbrado-oferecer-ao-eurogrupo-161119
      .
      A melhor do troca-tintas:
      “Não ter um pingo de vergonha na cara, aula prática”
      youtube.com/watch?v=QeQnAsZaiFE

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