Investigadores colaboraram com escolas primárias para os seus alunos darem ideias práticas para reduzir a poluição atmosférica e o aquecimento climático na cidade de Newcastle, no Reino Unido.
A poluição do ar tem um efeito particularmente prejudicial nas crianças. Como ainda estão a crescer, respiram mais rápido que os adultos. Elas também vivem mais perto do chão, onde os gases mais poluentes dos veículos se acumulam. Poluição do trânsito tem sido associada a problemas com o desenvolvimento do cérebro, crescimento, condições respiratórias, cancro e 300 mil mortes de crianças em todo o mundo.
As próprias crianças estão longe de ignorar o assunto. A recente greve climática estudantil mostra que os jovens estão a tentar forçar a poluição e a crise climática para o topo da agenda política.
As greves mostram-nos que as crianças exigem uma plataforma para desafiar a poluição. Incapazes de expressar as suas preocupações na escola, são forçadas a tomar ações radicais. E se em vez disso houvesse uma maneira de trabalhar com crianças no combate à poluição atmosférica e à mudança climática?
Sean Peacock, investigador de Planeamento Urbano na Universidade de Newcastle, procura maneiras pelas quais podemos dar às crianças as ferramentas, as habilidades e a confiança para promover mudanças nas cidades em que vivem. Com a ajuda de professores e dos seus colegas universitários inventaram o Sense Explorers, uma série de aulas para serem ensinadas nas escolas primárias.
Poluição atmosférica em Newcastle
A população de Newcastle é relativamente pequena, com pouco mais de 260 mil habitantes. No entanto, várias áreas da cidade têm níveis ilegais de poluição atmosférica. O culpado? Carros, autocarros e camiões, todos emitindo concentrações perigosas de gases poluentes, como o dióxido de nitrogénio.
As crianças com quem Peacock conversou preocupam-se com o meio ambiente e queriam que isso mudasse para melhor – mas têm poucos meios para influenciar essa mudança. Nas aulas do Sense Explorers, não ensinam apenas crianças sobre questões ambientais – permitem que elas aprendam por si mesmas o que podem fazer para melhorar o ambiente local.
Primeiro, foram levadas para as ruas do bairro delas. Com a ajuda de algumas ferramentas digitais, incluindo um kit básico que os investigadores construíram, recolheram dados sobre a poluição atmosférica.
Compilaram os dados recolhidos e compararam com os dados oficiais. Quando os investigadores pediram que as crianças explicassem o que poderia estar a causar os picos nos gráficos, sugeriram que seriam os pais que estacionavam em marcha lenta, o trânsito em hora de ponta e o fumo das fábricas locais.
A cidade do futuro
Quando questionados sobre o que poderiam fazer para mudar isto, as crianças propuseram várias coisas, incluindo carros movidos a energia solar, pontes separadas para pessoas e veículos, túneis para manter o trânsito subterrâneo, entre outras. Muitas de suas ideias para combater a poluição poderiam ser implementadas agora mesmo.
Estas ideias não poderiam ficar na gaveta de um professor ou decorar uma parede. Os investigadores trabalharam com quatro turmas em três escolas diferentes e os políticos locais vieram ao encontro de todos para ouvir e se comprometerem com as suas ideias.
As escolas são os lugares perfeitos para incentivar as crianças a tornarem-se ativistas ambientais. É onde as crianças aprendem sobre o futuro, o que ele tem para elas e como elas podem melhorá-lo. Devemos mostrar-lhes o que podem e devem fazer para tornar as suas cidades menos poluídas.
Planeadores urbanos e políticos muitas vezes hesitam em trabalhar com crianças, mas não deviam. Mais agora do que nunca, precisam das ideias originais que só as crianças podem trazer.
ZAP // The Conversation
Ao que chegou a era da estupidez, meu Deus. São todos os dias nas notícias, estupidez após estupidez, após estupidez…
Agora os adultos precisam de ir perguntar a crianças como é que se soluciona a poluição. Raios os abrasassem com tanta estupidez. O problema não é falta de saber como se resolvem os problemas ambientais. O problema é falta de vontade política para o fazer. Como é que é possível estar-se a mandar areia para os olhos das pessoas com estas cretinices?!